HACKER

Estado Islâmico ameaça matar militares americanos

Grupo jihadista Estado Islâmico (EI) publicou na internet os supostos nomes e endereços de 100 militares americanos a serem assassinados

France Press
22/03/2015 às 09:28.
Atualizado em 24/04/2022 às 03:07

Hackers que afirmam pertencer ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) publicaram neste domingo (22) na internet os nomes e endereços de 100 militares americanos a serem assassinados, segundo informou o centro americano de vigilância de sites islamitas SITE.Este grupo, que se apresenta como a "Divisão de hackers do Estado Islâmico", postou informações sobre membros de diferentes divisões do exército americano, incluindo fotografias e graduação.Ele afirma ter hackeado essas informações de servidores, bases de dados e e-mails do governo.Segundo os jihadistas, os 100 militares participaram da guerra contra o EI na Síria, Iraque e Iêmen.Questionados pelo jornal New York Times, o Departamento americano de Defesa e o FBI disseram estar cientes dessas ameaças e indicaram que investigam o caso.O jornal cita ainda uma fonte militar que afirma que a maioria das informações publicadas são acessíveis ao público e que os servidores do governo parecem não terem sido hackeados.Além disso, alguns dos militares que aparecem na lista não participaram nos ataques aéreos conduzidos pelos Estados Unidos contra o EI, segundo o jornal.Ainda assim, o Comando dos Marines americanos apelou seus membros a se manterem vigilantes."A vigilância e a proteção da força continuam a ser uma prioridade para os comandantes e demais membros", declarou em um comunicado o tenente-coronel John Waldwell."Recomendamos aos Marines e seus familiares que verifiquem seus perfis na internet a fim de (...) limitar o acesso à informações pessoais", acrescentou.Ainda que a ameaça não tenha sido autenticada, cada um dos marines listados receberá uma visita individual, segundo o tenente-coronel. 'O que vocês estão esperando?' "Graças a grande quantidade de dados que obtivemos de diferentes servidores e bases de dados, decidimos comunicar 100 endereços, para que nossos irmãos que residem na América possam se ocupar", escreveu o grupo."Agora que facilitamos a tarefa fornecendo os endereços, o que resta a fazer é dar o último passo, então o que vocês estão esperando?", lançaram os jihadistas aos partidários do EI, que controla vastos territórios na Síria e no Iraque, e que reivindicou uma série de atentados nos últimos meses no exterior, os últimos na Tunísia e no Iêmen.Nos últimos meses, vários meios de comunicação e instituições americanas foram hackeadas por hackers que disseram pertencer ao EI. Em janeiro, assumiram o controle temporário das contas no Twitter e no YouTube do comando militar americano no Oriente Médio (Centcom), causando embaraço ao exército americano em plena guerra contra o EI.No início de janeiro, o FBI lançou uma investigação sobre uma série de ataques a sites americanos.O governo americano, assim como outros ocidentais, expressou sua determinação para combater a propaganda do EI na internet, principalmente nas redes sociais. Tentativa de desviar a atenção O comandante das tropas da Otan na Europa, Philip Breedlove, considerou neste domingo que a publicação da lista com os nomes dos militares americanos, era uma tentativa de desviar a atenção da parte "de um califado pressionado" no campo de batalha."Quanto à publicação pelo Isis (um dos nomes utilizados para designar a organização terrorista) dessas informações, a minha pergunta é: por que deveríamos esperar menos, ou algo diferente?", declarou o general americano em um debate organizado em Bruxelas pelo Instituto americano German Marshall Fund."Esta é apenas mais uma maneira sensacionalista de chamar a atenção. Eles têm registrado nos últimos meses seguidas derrotas no campo de batalha (...) assim  lançaram algo para impressionar ", acrescentou."O califado está sob grande pressão e, portanto, eles tentam desviar a atenção do que está acontecendo no campo de batalha", ressaltou o general Breedlove.Por sua vez, o ex-subsecretário americano para a política de Defesa, Michèle Flournoy, foi mais cauteloso, considerando que "isso mostra que tipo de tática vão usar e temos que nos preparar, tanto em termos de proteção do nosso pessoal, mas também pelo trabalho com as comunidades em nossos países para garantir que o processo de radicalização tenha menos probabilidade de sucesso".

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