INTERNACIONAL

Eleições regionais podem complicar ainda mais a situação da chanceler alemã

A coalizão governamental de Angela Merkel pode registrar um novo revés neste domingo nas eleições da rica região de Hesse, o que enfraqueceria um pouco mais a chanceler, desgastada após 13 anos de poder

AFP
28/10/2018 às 08:50.
Atualizado em 06/04/2022 às 00:38

A coalizão governamental de Angela Merkel pode registrar um novo revés neste domingo nas eleições da rica região de Hesse, o que enfraqueceria um pouco mais a chanceler, desgastada após 13 anos de poder.Duas semanas depois das eleições na Baviera, com resultados catastróficos para os conservadores da CSU, uma derrota do partido de Merkel em Hesse, onde fica a cidade de Frankfurt, a capital financeira do país e sede do Banco Central Europeu (BCE), poderia reavivar o debate sobre seu futuro,Se as últimas pesquisas, que apontavam a União Cristã Democrata (CDU) de Merkel com entre 26% e 28% das intenções de voto, se confirmarem, o partido perderia 10 pontos na comparação com as eleições regionais de 2013.Para os social-democratas (SPD), sócios de Merkel no governo federal, que registram várias derrotas eleitorais desde as legislativas de 2017, a hecatombe pode ser similar, com resultados entre 20 e 21% segundo as pesquisas. "Angela Merkel é chanceler há 13 anos, mas, politicamente, nunca sofreu tanta pressão", resumiu no sábado o jornal Süddeutsche Zeitung. A ameaça é ainda maior porque em dezembro os militantes de seu partido serão convocados para votar sobre a presidência da CDU.Algumas lideranças afirmam, nos bastidores, que a CDU precisa mudar de líder e fazer uma guinada à direita ante o avanço da extrema-direita, o que Angela Merkel não se decidiu a fazer ainda de forma clara. Uma derrota da CDU, que governa a região há quase duas décadas, teria um forte impacto, pois o ministro-presidente de Hesse, Volker Bouffier, é um dos grandes aliados de Merkel. Bouffier apoia a chanceler de modo fiel desde a polêmica provocada pela política migratória de Merkel, que permitiu a entrada no país de mais de um milhão de migrantes em 2015 e 2016.Merkel lidera o partido há mais 18 anos e, até o momento, nenhum membro da CDU declarou abertamente que deseja dirigir o partido. Ao mesmo tempo, a chanceler, 64 anos, pode ser obrigada a lidar com um enfraquecimento considerável do Partido Social-Democrata, aliado no governo federal. Um novo revés em Hesse provocaria um novo debate no SPD, em queda livre, sobre a validade de permanecer no governo. Ao mesmo tempo, os Verdes são os grandes beneficiados nas pesquisas em Hesse e a nível nacional, após resultados satisfatórios na Baviera em meados de outubro.As pesquisas atribuem ao presidente do partido, Tarek Al Wazir, de 20 a 21% nas intenções de voto. O partido de extrema-direita Alternativa para Alemanha (AfD), criado há apenas cinco anos, deve obter 13% dos votos, segundo as pesquisas, o que permitira sua entrada no parlamento regional e confirmaria a presença da formação nas câmaras de todos os "Lander". yap/ylf/plh/jvb/zm/fp

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