Condenação

Egito condena 75 à morte

Um tribunal do Cairo proferiu, neste sábado (28), a sentença de morte contra 75 islamitas, incluindo líderes da Irmandade Muçulmana

AFP
28/07/2018 às 11:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 07:59
Fotógrafo egípcio Mahmoud Abou Zeid durante julgamento no Cairo, em 28 de julho de 2018 (AFP)

Fotógrafo egípcio Mahmoud Abou Zeid durante julgamento no Cairo, em 28 de julho de 2018 (AFP)

Um tribunal do Cairo proferiu, neste sábado (28), a sentença de morte contra 75 islamitas, incluindo líderes da Irmandade Muçulmana, sendo o maior número de condenações à morte em um único caso.Os juízes pediram, conforme exigido por lei, a opinião consultiva do grande mufti do Egito sobre essas sentenças em um caso relacionado a uma manifestação violenta em 2013. Após a opinião do mufti, os condenados poderão apelar. Depois da queda de Mohamed Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no Egito, em 3 de julho de 2013, o país passou por vários meses de violência em que as forças de segurança reprimiram as manifestações de seus partidários. Em 14 de agosto de 2013, policiais e militares atiraram e mataram mais de 700 manifestantes pró-Mursi. Líderes da Irmandade Muçulmana, como Mohammed al-Beltaji, Issam al-Aryan e Safwat Hijazi, estão entre os condenados à morte neste sábado, 31 dos quais foram julgados à revelia. O tribunal decidiu proferir as sentenças contra o restante dos acusados neste caso - 713 pessoas são julgadas no total - depois que o mufti der sua opinião em 8 de setembro. Os 75 islamitas cujo caso está nas mãos do mufti foram condenados por "atos de perturbação à ordem e à segurança". Eles também foram condenados por colocar em risco a vida das pessoas, resistir às forças policiais e por "assassinatos premeditados" e vandalismo.O fotojornalista Mahmoud Abu Zeid, conhecido por seu pseudônimo Shawkan, está entre os réus, mas o tribunal adiou a decisão sobre sua sentença. Ele foi preso no dia da sangrenta dispersão na Praça Rabaa al-Adawiya enquanto cobria os eventos. Desde então, ONGs fazem campanha por sua libertação.O chefe do exército na época, o general Abdel Fattah al-Sissi, que havia deposto Morsi, foi eleito presidente em maio de 2014. Organizações internacionais de direitos humanos acusam seu regime de ser ultrarepressivo e de explorar a justiça para reprimir a oposição. Centenas de islamitas, incluindo Mursi, foram condenados à morte em julgamentos em massa denunciados pela ONU.

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