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Economia alemã perde gás em 2018, mas evita recessão

A economia alemã, primeira da Europa, perdeu força em 2018, mas evitou a recessão, graças a uma leve recuperação no quarto trimestre, que já soma nove anos de crescimento

AFP
15/01/2019 às 11:20.
Atualizado em 05/04/2022 às 11:38

A economia alemã, primeira da Europa, perdeu força em 2018, mas evitou a recessão, graças a uma leve recuperação no quarto trimestre, que já soma nove anos de crescimento.Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,5% depois dos 2,2% em 2017, informou o escritório federal de estatísticas Destatis, nesta terça-feira (15).A Alemanha evitou por pouco a recessão técnica, ou seja, dois trimestres consecutivos de queda do PIB, após a queda de 0,2% no trimestre anterior.Já 2018 marcou um novo superávit recorde de suas contas públicas (incluindo o estado federal, estados regionais, municípios e Previdência Social) de 59,2 bilhões de euros, 1,7% de seu PIB.De acordo com Carsten Brzeski, economista do banco ING, embora a economia alemã tenha "seu pior resultado em cinco anos", conseguiu superar os obstáculos, saindo "apenas com um olho roxo".Entre os fatores temporários que afetaram o crescimento, o especialista destaca o clima ruim de inverno, a epidemia de gripe, as greves, o baixo nível de água nos rios, o que dificultou o transporte para algumas indústrias-chave, e problemas de infraestrutura.Os problemas mais importantes em 2018 vieram, porém, do setor automotivo, com as consequências do caso de motores a diesel adulterados e as dificuldades de adaptar a produção desta área essencial da economia alemã aos novos padrões antipoluição europeus. Essas regras entraram em vigor em setembro.A Alemanha ainda pode contar com sua demanda interna, graças ao consumo privado e público, bem como com os investimentos, apoiada por uma taxa de desemprego historicamente baixa (4,9%) e pelo aumento dos salários.Neste contexto, e com um novo recorde de superávit, o debate sobre o orçamento deve ser reaberto em um país, cujo governo foi acusado de gastar muito pouco."Com um superávit de 59 bilhões de euros, a política econômica tem munição suficiente para usá-la de maneira inteligente e em uma perspectiva de longo prazo", diz Jörg Zeuner, do banco KfW.No momento, a coalizão do governo parece dividida sobre esta questão.O ministro das Finanças, o socialdemocrata Olaf Scholz, disse recentemente que "os esplêndidos anos para as receitas públicas acabaram".Já o ministro da Economia, o conservador Peter Altmaier, pediu uma autêntica "política industrial" e reduções fiscais, com o objetivo de melhorar a atratividade econômica da Alemanha contra concorrentes como os Estados Unidos."É hora de apoiar o crescimento", disse o ministro Altmaier ao jornal Handelsblatt, pedindo a redução de taxas para este ano, assim como a possibilidade de novos investimentos públicos.cfe/dar/pc/zm/cn/tt

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