BAGDÁ

Dezoito mortos em atentados e ataque a ministério

Três explosões ocorreram próximas a dois ministérios enquanto homens armados atacam o da Justiça

France Press
14/03/2013 às 09:58.
Atualizado em 26/04/2022 às 00:45
Em 2003 um ataque com proporções semelhantes foi deflagrado no prédio com integrantes da ONU (France Press)

Em 2003 um ataque com proporções semelhantes foi deflagrado no prédio com integrantes da ONU (France Press)

Ao menos 18 pessoas morreram nesta quinta-feira em uma série de atentados com bomba na hora do almoço em plena Bagdá e em um ataque por homens armados contra o ministério da Justiça, localizado a poucas centenas de metros da "Zona verde", a área de maior segurança da capital.Este novo episódio de violência ocorre a poucos dias do décimo aniversário da invasão do país pelas tropas americanas.

O ataque ao ministério ainda não foi reivindicado, mas os grupos armados sunitas, entre eles a Al-Qaeda, atacam regularmente as forças de segurança e os representantes do governo do xiita Nuri al-Maliki.

Três explosões, ataques com carros-bomba, segundo fontes da segurança iraquiana consultadas pela AFP, atingiram o bairro de Allawi, que abriga os ministérios das Relações Exteriores, da Cultura e da Justiça, às 13h30 (7h30 no horário de Brasília).

Testemunhas relataram que tiros foram disparados imediatamente após as explosões.

Ao mesmo tempo, homens armados "tentaram entrar no prédio do ministério da Justiça", explicou à AFP Sabah Nuri, porta-voz do serviço iraquiano de luta contra o terrorismo, sem ser capaz de dizer se os homens conseguiram entrar no edifício.

O ministério está localizado a cerca de 200 metros de um dos acessos à "Zona Verde", que abriga o Parlamento e muitas embaixadas.

Um funcionário do ministério do Interior, que pediu anonimato, e fontes médicas informaram que pelo menos 18 pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas nesta quinta-feira, mas não especificaram em quais ataques.

Uma fonte do centro de Comando de Operações de Bagdá, que supervisiona a polícia e o exército, declarou à AFP que "três atacantes foram mortos" no edifício.

De acordo com Haider al-Saadi, porta-voz do ministério da Justiça, "todos os funcionários saíram ilesos do ataque. Confrontos ocorreram em frente ao prédio após as explosões de carros-bomba".

Três horas depois do ataque, um jornalista AFP informou que as estradas que levam ao ministério tinham sido fechadas para o tráfego. Segundo ele, havia muita fumaça saindo do complexo ministerial e os bombeiros conseguiram controlar o incêndio no interior. Os jornalistas foram obrigados a deixar o bairro.

Este foi o episódio mais violento desde o início de março. No mês passado, 220 pessoas morreram em meio à violência no Iraque, segundo um balanço feito pela AFP com base em fontes dos ministérios do Interior e da Saúde.

A violência continua a ser endêmica no Iraque, apesar de ter em grande parte diminuído desde os anos mais sombrios do conflito sectário de 2006-2008.

Os insurgentes têm como principais alvos a polícia, o exército, a comunidade xiita, mas também os iraquianos envolvidos na política local ou nacional.

No início da manhã desta quinta-feira, uma bomba atingiu um candidato na eleição provincial de abril. Khaled al-Hussein Daraji estava de carro quando a bomba magnética fixada em seu veículo explodiu, matando o motorista. Daraji sofreu apenas ferimentos leves.

E ao norte de Bagdá, o xeque sunita Qais Abdul Karim al-Janabi foi sequestrado com seis membros de sua família, incluindo seu filho, Abdul Karim, também um candidato para a eleição em abril.

Estas eleições, e a campanha que as precede, ocorrem em um contexto tenso. Desde final de dezembro, manifestações são organizadas nas regiões onde a maioria sunita exige a renúncia de Maliki e o fim da "marginalização" da qual eles se consideram vítimas.

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