INTERNACIONAL

Democratas no Senado dos EUA detalham 'malévola' ameaça de Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é uma séria ameaça contra os Estados Unidos e Donald Trump faz vista grossa, concluiu um relatório publicado nesta quarta-feira (10) por opositores democratas de uma comissão do Senado americano

AFP
10/01/2018 às 20:40.
Atualizado em 22/04/2022 às 10:47

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, é uma séria ameaça contra os Estados Unidos e Donald Trump faz vista grossa, concluiu um relatório publicado nesta quarta-feira (10) por opositores democratas de uma comissão do Senado americano.O documento de 200 páginas, redigido principalmente a partir de informações públicas e da imprensa, inscreve nos arquivos do Congresso americano a posição de legisladores democratas segundo os quais o presidente do país foi passivo em relação aos ataques de informática, a propaganda e outras táticas do que chamam de "regime corrupto de Putin"."Nunca antes na história americana uma ameaça tão clara à segurança nacional foi tão claramente ignorada por um presidente americano", escreveu na introdução do relatório Ben Cardin, líder da minoria democrata no comitê de Relações Exteriores.O texto, intitulado "Os ataques assimétricos de Putin contra a democracia na Rússia e na Europa: implicações para a segurança nacional americana", documenta a amplitude das "operações de influência malévola" do Kremlin para incidir em acontecimentos de outros países, incluindo a intromissão de Putin nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos e em outros países ocidentais.Putin passou 20 anos consolidando seu poder, enriquecendo a si e a um círculo de apoiadores, e desafiando as democracias europeias e a fundação da aliança entre a Europa e os Estados Unidos, indicou o relatório."O Kremlin de Putin emprega um arsenal assimétrico que inclui invasões militares, ciberataques, desinformação, apoio a grupos políticos periféricos e o uso bélico de recursos energéticos, o crime organizado e a corrupção", afirmou Cardin.Um comentário atravessa o documento: diferente dos Estados Unidos, as outras democracias objeto das campanhas de desinformação e pirataria atribuídas a Moscou, como Finlândia e Espanha, reagiram com firmeza."A França e seu novo presidente, Emmanuel Macron, (...) tiveram um papel protagonista na Europa para resistir às intervenções do Kremlin", destacaram os senadores.No caso contrario, segundo eles, "o governo americano ainda não tem uma estratégia coerente, global e coordenada diante das operações de influência maligna do Kremlin". O motivo: "a falta de liderança presidencial" e um "presidente negligente".Por exemplo, um centro anti-propaganda do Departamento de Estado, criado por lei do Congresso em 2016, dorme o sonho dos justos.O relatório lista uma série de recomendações à Casa Branca, incluindo a criação de um grupo de trabalho entre as agências de governo para enfrentar as ameaças, fundar organizações a favor das democracias na Europa oriental, expandir sanções e congelar o "dinheiro sucio" vinculado a Moscou.

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