INTERNACIONAL

Demandas e apelações tornam incerto resultado eleitoral na Flórida

Mais de uma semana depois das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, o estado da Flórida tinha até esta quinta-feira (15) para entregar a recontagem dos votos, mas as seções eleitorais estão inundadas por demandas e apelações

AFP
15/11/2018 às 19:00.
Atualizado em 06/04/2022 às 00:16

Mais de uma semana depois das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, o estado da Flórida tinha até esta quinta-feira (15) para entregar a recontagem dos votos, mas as seções eleitorais estão inundadas por demandas e apelações.A Flórida iniciou a contagem dos votos para governador, para um assento no Senado federal e para outro assento local depois que alguns candidatos venceram o pleito em 6 de novembro com menos de 0,5% de vantagem.Particularmente, estão em discussão a vitória do republicano Ron DeSantis sobre o democrata Andrew Gillum para o governo do estado, e do atual governador republicano Rick Scott sobre o senador democrata Bill Nelson por um assento no Senado.Na última reviravolta deste impasse eleitoral cheio de suspense, um juiz decidiu nesta quinta-feira pela manhã a favor de Nelson e do Partido Democrata, contrários a que 4.000 votos tivessem sido rechaçados porque as assinaturas dos eleitores apresentavam inconsistências.Os democratas apostam em que estes votos podem ajudá-los a reverter a primeira contagem, na qual Rick Scott teve vantagem de 0,15% para conquistar o assento no Senado.Independentemente de quem vencer, os republicanos vão manter sua maioria no Senado, mas se o assento continuar nas mãos dos democratas, sua vantagem será diminuída.O juiz Mark Walker determinou às seções eleitorais que permitam aos eleitores corrigir as cédulas rejeitadas por disparidade nas assinaturas antes das 17h locais de sábado quinta-feira (20h de Brasília)."O assunto neste caso é definir se a lei da Flórida que permite que os oficiais eleitorais rejeitem os votos por correio e as cédulas provisórias devido à disparidade nas assinaturas e sem um padrão (...) supera o filtro da constitucionalidade. A resposta é simples: não", disse o juiz.Rick Scott anunciou que vai apelar da decisão."Todo mundo sabe como isto vai terminar", disse seu porta-voz, Chris Hartline. "Quando a recontagem tiver concluído, nesta tarde, Nelson terá que decidir se quer preservar seu legado e sair com dignidade [do Senado] ou se quer ser lembrado para sempre como alguém que foi usado por grupos com interesses liberais".- Cédulas perdidas ou falsas? -O presidente Donald Trump meteu a colher na disputa na Flórida, denunciando fraude eleitoral e exigindo dos candidatos democratas que aceitem a derrota, o que Nelson não fez e Gillum se retratou por ter se precipitado em fazê-lo na noite das eleições.Na segunda-feira, Trump publicou no Twitter que "a eleição da Flórida deve terminar favorável a Rick Scott e Ron DeSantis, pois grandes quantidades de cédulas eleitorais apareceram do nada e muitas cédulas se perderam ou são falsas".Não está claro até que ponto o caso judicial das assinaturas afetará o prazo desta quinta-feira para entregar a recontagem de uma eleição que contou com a participação histórica de 8 milhões de eleitores na Flórida.O condado de Palm Beach, que costuma fazer a balança inclinar para o lado democrata, já havia anunciado ser improvável que conseguisse terminar a recontagem ao vencer o prazo das 15h locais (18h de Brasília) e que neste caso, entregaria os resultados anteriormente contabilizados.Embora a margem siga sendo muito pequena (inferior menor a 0,25%), o secretário de Estado da Flórida pode determinar uma terceira contagem, desta vez manual, que deverá ser entregue antes de 18 de novembro.Há quase 20 anos, o chamado "estado do sol" foi notícia por ter sido cenário de um episódio similar, que marcou a eleição presidencial americana do ano 2000.Na ocasião, a Flórida virou manchete na imprensa mundial porque alguns poucos votos separaram o republicano George W. Bush do democrata Al Gore.Depois de uma contagem manual e de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, o republicano derrotou o democrata na Flórida por 537 votos e venceu as presidenciais.

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