INTERNACIONAL

Curdos da Síria querem diálogo, mas rejeitam 'acordos de reconciliação' do regime

As Forças Democráticas da Síria (SDF), controladas por combatentes curdos, disseram nesta sexta-feira estarem dispostas a dialogar com o regime sírio, mas rejeitaram os acordos de "reconciliação" que Damasco geralmente impõe

AFP
03/05/2019 às 14:10.
Atualizado em 04/04/2022 às 08:04

As Forças Democráticas da Síria (SDF), controladas por combatentes curdos, disseram nesta sexta-feira estarem dispostas a dialogar com o regime sírio, mas rejeitaram os acordos de "reconciliação" que Damasco geralmente impõe.Em função da guerra que começou em 2011, os curdos da Síria, uma minoria étnica que representa 15% da população, criou uma administração autônoma em importantes regiões do norte e nordeste do país. Mas Damasco não reconhece essa autonomia."Não vamos aceitar de forma alguma o retorno a antes de 2011", insistiu Mazlum Kobani, chefe das SDS, coletiva organizada em Ain Issa, uma cidade no norte da Síria sob controle curdo. "Não é possível resolver os problemas existentes e os grandes desafios da região (...) através dos acordos de reconciliação", acrescentou.Nos últimos meses, o presidente sírio falou de reconquistar as áreas curdas pela "força" ou então por meio de acordos chamados de "reconciliação". No passado, o regime de Bashar al-Assad impôs tais acordos em áreas controladas pelos rebeldes após sitiá-los e bombardeá-los.Geralmente previam a evacuação dos combatentes e civis que queriam deixar a área e a redistribuição das instituições do Estado sírio nas áreas reconquistadas.Analistas e ONGs compararam esses acordos a capitulações. Assim, com o apoio da Rússia e do Irã, o regime sírio acrescentou vitórias contra rebeldes e jihadistas para controlar quase dois terços do território do país.As áreas controladas pelos curdos abrangem mais de um terço da Síria. As FDS, apoiadas pelos Estados Unidos, combateram o Estado Islâmico no norte e leste do país. O chefe das SDS disse que estava disposto a "dialogar com o regime sírio" para alcançar uma "solução global"."Uma solução real não pode emergir sem o reconhecimento pleno e constitucional dos direitos do povo curdo e da legitimidade da administração autônoma", disse ele. Os curdos começaram a negociar com o regime no meio do ano passado para definir o futuro de sua autonomia, mas no momento não há acordo. A guerra na Síria, que começou em 2011, deixou pelo menos 370 mil mortos e milhões de deslocados.rh/bek/iw/pa/pb/cn

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