PEDRAS NO CAMINHO

Cuba: chanceler pede fim do embargo e devolução de Guantánamo

Em coletiva de imprensa, o secretário americano de Relações Exteriores, John Kerry, respondeu que a base militar "não faz parte das discussões"

France Press
20/07/2015 às 19:13.
Atualizado em 23/04/2022 às 07:42
Bruno Rodriguéz e John Kerry, chanceleres de Cuba e Estados Unidos deram entrevista após a primeira reunião bilaterial em 57 anos    (France Press)

Bruno Rodriguéz e John Kerry, chanceleres de Cuba e Estados Unidos deram entrevista após a primeira reunião bilaterial em 57 anos (France Press)

Na primeira reunião bilateral de chanceleres em 57 anos, os ministros das Relações Exteriores de Cuba e Estados Unidos conversaram, nesta segunda-feira (20), sobre o destino da base militar de Guantánamo e mostraram que ainda se está longe de um acordo sobre o tema.O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, e o secretário de Estado americano, John Kerry, deram uma entrevista coletiva, em Washington, depois de um encontro de pelo menos uma hora e meia e da reabertura das respectivas embaixadas.Na coletiva, Rodríguez pediu o fim do embargo econômico americano contra a Ilha e a devolução da base militar de Guantánamo. Kerry respondeu, por sua vez, que a base militar de Guantánamo "não faz parte das discussões" em curso para a normalização das relações diplomáticas entre os dois países."Eliminar o bloqueio é essencial para seguir em frente", disse Rodríguez, acrescentando que Guantánamo é "um território que foi tomado ilegalmente".O ministro cubano também exigiu "indenização ao nosso povo por danos humanos e econômicos".Kerry ressaltou que os Estados Unidos "não estão dispostos a alterar" o contrato de arrendamento com o governo cubano em Guantánamo, insistindo em que "não é parte das discussões".Ele afirmou, contudo, que é desejo do governo Barack Obama suspender o embargo econômico imposto a Cuba desde 1962. Kerry disse esperar que isso aconteça "em breve".O secretário americano lembrou que a plena normalização das relações bilaterais com Cuba será um caminho "longo e complexo", mas expressou a esperança de que os dois países possam "viver como bons vizinhos"."Não se enganem. O processo completo de normalização das relações (...) será longo e complexo. No caminho, haverá contratempos e momentos de frustração. Será necessário paciência. Tudo isso é motivo suficiente para começar", declarou Kerry à imprensa."Ambos podemos cooperar e coexistir de maneira civilizada", concordou Rodríguez.Os dois aproveitaram sua primeira reunião oficial para repassar os avanços na relação bilateral, desde o anúncio, em 17 de dezembro passado, feito pelos presidentes Barack Obama e Raúl Castro de descongelamento diplomático.Em sete meses de negociações, Cuba foi retirada da lista, elaborada pelo Departamento de Estado americano, de países promotores do terrorismo. Além disso, os Estados Unidos flexibilizaram algumas restrições, especialmente sobre viagens à Ilha.De manhã, Rodríguez presidiu a cerimônia de hasteamento da bandeira cubana na nova embaixada da Ilha em Washington. Kerry viajará para Havana em 14 de agosto para fazer o mesmo na missão americana, de frente para o conhecido Malecón. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por