O vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007 fez um balanço da situação muito crítica do planeta
Gore alertou que as consequências desse desastre ecológico são medidas, por exemplo, "nas secas mais intensas e nas tempestades com chuvas mais fortes" (France Press)
A crise climática "se agravou" nos últimos seis anos, advertiu o ex-presidente americano Al Gore, em uma entrevista ao jornal Le Monde, na qual fez previsões catastróficas para a Espanha, Itália e França. O vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007 juntamente com o Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC)), por sua contribuição para a luta contra o aquecimento global, fez um balanço da situação muito crítica do planeta. "Nós continuamos lançando todos os dias na atmosfera 90 milhões de toneladas de gases", relatou o candidato derrotado à Casa Branca em 2000, na entrevista ao jornal francês. Gore alertou que as consequências desse desastre ecológico são medidas, por exemplo, "nas secas mais intensas e nas tempestades com chuvas mais fortes". "As previsões para a França, Itália, Espanha, e para todo o sul da Europa, são particularmente catastróficas", disse Gore, cujo livro mais recente, "O Futuro, seis motores para a mudança global", será publicado na quinta-feira na França. Apesar da diminuição da mobilização em torno da luta contra as mudanças climáticas, que se deve segundo ele a "recessão do outono de 2008" e o fracasso da cúpula de Copenhague, em 2009, entre outras razões, Gore expressa algum otimismo. "Os eventos climáticos extremos ligados à crise climática são muito grandes e muito frequentes para serem ignorados", ressalta Gore, citando entre outros desastres o furacão Sandy, que atingiu Nova York, os incêndios no oeste dos Estados Unidos e as inundações na Paquistão e Austrália. Na entrevista ao Le Monde, Gore parabeniza vários líderes mundiais que se mobilizaram recentemente para lutar contra as alterações climáticas, a começar com o presidente Barack Obama. O chefe da Casa Branca mudou desde a sua reeleição e agora "pensa mais sobre a marca que quer deixar na história", disse Gore.