CPI da Covid

CPI da Covid: Diretor da FIB Bank nega relações com 'dono oculto' de empresa e Maximiano

O depoimento levantou suspeitas na CPI de que Roberto Ramos seria apenas um administrador "laranja" da empresa, já que disse desconhecer alguns dos principais personagens da negociação e não soube informar dados da própria empresa que preside

25/08/2021 às 13:34.
Atualizado em 25/03/2022 às 15:44
Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do diretor do FIB BanK. O objetivo é ajudar a comissão de inquérito em uma de suas linhas de investigação, que é a negociação do governo com o laboratório indiano Baraht Biotech para a compra da vacina Covaxin, no valor total de R$ 1,6 bilhão. r

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diretor do FIB BanK, Roberto Pereira Ramos Júnior.r
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Foto: Pedro França/Agência Senado (Edilson Rodrigues/ Agência Senado)

Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia (CPIPANDEMIA) realiza oitiva do diretor do FIB BanK. O objetivo é ajudar a comissão de inquérito em uma de suas linhas de investigação, que é a negociação do governo com o laboratório indiano Baraht Biotech para a compra da vacina Covaxin, no valor total de R$ 1,6 bilhão. r Mesa:r diretor do FIB BanK, Roberto Pereira Ramos Júnior.r r Foto: Pedro França/Agência Senado (Edilson Rodrigues/ Agência Senado)

O diretor-presidente da FIB Bank, Roberto Pereira Ramos, negou ter relações comerciais com Marcos Tolentino, apontado como "dono oculto" da empresa, e com o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano. A FIB Bank foi usada pela Precisa como fiadora no contrato do Ministério da Saúde para compra da vacina indiana Covaxin.

O depoimento levantou suspeitas na CPI de que Roberto Ramos seria apenas um administrador "laranja" da empresa, já que disse desconhecer alguns dos principais personagens da negociação e não soube informar dados da própria empresa que preside. Ele ainda negou relações da FIB Bank com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), investigado pela comissão.

A FIB Bank assinou uma carta de fiança no valor de R$ 80,7 milhões para garantir o transporte da Covaxin no contrato assinado entre a Precisa e o Ministério da Saúde. Após o avanço das investigações da CPI, a compra foi cancelada pela pasta. De acordo com o diretor, a FIB recebeu R$ 350 mil da Precisa ao assinar a garantia.

Fraudes

O depoimento expôs supostas fraudes na FIB Bank. Duas pessoas apontadas como sócias da empresa acionaram a Justiça alegando nunca terem participado da organização. Além disso, dois sócios de outra empresa, a MB Guassu, que teria participação na FIB Bank, estão mortos.

Os senadores insistiram em perguntar quem é o verdadeiro dono da companhia, apontando para Tolentino, ligado a Ricardo Barros, mas não houve resposta. De acordo com o depoente, Tolentino teria procuração para representar apenas um acionista da FIB Bank, Ricardo Benetti. "A procuração é dada para representar o senhor Ricardo Benetti, e não a FIB", disse Ramos.

Um dos supostos criadores da FIB Bank, Geraldo Rodrigues Machado, encaminhou áudios para a CPI afirmando ter sido vítima de fraude. Machado relatou que descobriu que seu nome foi usado para compor a sociedade da empresa quando teve o crédito negado na hora que tentou financiar uma motocicleta. "Falsificaram minhas assinaturas vistas em alguns documentos e meu nome constava como um sócio ativo", disse Machado, morador de Pão de Açúcar (AL), conhecido como "Geraldão".

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