As duas Coreias recordam nesta segunda-feira o início da guerra sem que a imprensa oficial norte-coreana recorra às tradicionais críticas antiamericanas.O conflito na península começou em 25 de junho de 1950, quando o Norte invadiu o território vizinho e conquistou Seul três dias depois.Pyongyang sempre acusou Washington de ter provocado a guerra como parte de um projeto de domínio mundial e considera o governo americano responsável pela divisão da península, decidida por Rússia e Estados Unidos nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial.A cada 25 de junho a imprensa oficial norte-coreana critica os Estados Unidos, mas não este ano."Em 25 de junho de cada ano, nosso exército e nosso povo navegam no barco da memória, repleto de fé e de determinação para defender a nação", publicou o jornal Rodong Sinmun."O que surpreendeu então o mundo foi (...) a solidariedade de nosso povo para derrotar o inimigo", completa, sem mencionar quem era o inimigo em questão.O texto é diferente do que foi publicado ano passado por exemplo, quando o jornal estatal citou os "imperialistas americanos" e acusou os Estados Unidos de terem cometido "um holocausto durante o qual massacraram uma quantidade incalculável de coreanos da maneira mais brutal e mais bárbara".Analistas explicam a moderação pelo desejo do governo da Coreia de Norte de conservar o impulso obtido às relações com país fechado após a reunião de Singapura entre o dirigente norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente americano, Donald Trump.A propaganda antiamericana mais virulenta desapareceu das ruas de Pyongyang. As imagens dos disparos de mísseis e de militares que ficam perto das estações de trens foram substituídas por imagens relacionadas à indústria e agricultura.A ausência de referência aos Estados Unidos "é notável", comentou Peter Ward, especialista em Coreia do Norte na Universidade Nacional de Seul.Do outro lado da fronteira, em uma cerimônia em Seul, o primeiro-ministro Lee Nak-yon afirmou que o conflito começou "após uma invasão da Coreia do Norte".Mas o chefe de Governo destacou a aproximação diplomática na península e as duas reuniões de cúpula entre as Coreias que aconteceram antes do encontro de Kim e Trump.sh/slb/sm/pa/eg/fp