mais de 1.640 mortos

Continuam as buscas na Indonésia após tsunami

As equipes de resgate continuavam, neste sábado (6), as buscas na ilha indonésia de Célebes, onde temem a propagação de doenças pelos muitos corpos

France Press
06/10/2018 às 13:32.
Atualizado em 06/04/2022 às 16:57

As equipes de resgate continuavam, neste sábado (6), as buscas na ilha indonésia de Célebes, onde temem a propagação de doenças pelos muitos corpos sob os escombros oito dias após o terremoto e tsunami que matou pelo menos 1.649 pessoas, de acordo com um novo balanço oficial. As esperanças de encontrar sobreviventes diminuem, mas as autoridades ainda não suspenderam oficialmente as buscas. Estima-se que haja mais de 1.000 pessoas desaparecidas em Palu, uma cidade de 350.000 habitantes na costa oeste da ilha. As equipes de resgate temem que sob os escombros de Petobo e Balaora, dois bairros de Palu completamente destruídos, existam numerosos corpos em decomposição. "A maioria dos corpos que foram encontrados não estão completos e isso é um problema para os socorristas. Devemos prestar muita atenção para evitar qualquer contaminação", explicou Yusuf Latif, um porta-voz da agência nacional de busca e resgate. O ministro da Segurança, o general Wiranto, declarou que as áreas mais afetadas deverão se tornar cemitérios coletivos. "Devemos tomar uma decisão sobre quando parar as buscas por pessoas mortas. E então, teremos que decidir quando as áreas serão declaradas cemitérios coletivos", disse ele a repórteres na noite de sexta-feira. No vasto complexo residencial governamental de Balaora, onde os prédios desabaram, soldados protegidos por máscaras escalavam os escombros que formam uma montanha de lama, tijolos e cimento. "Não há sobreviventes aqui, só encontramos corpos", declarou o sargento Syafaruddin, perto das ruínas de uma escola islâmica. Outros socorristas analisavam as imagens das câmeras de segurança do hotel Roa-Roa, reduzido a nada, para tentar adivinhar onde seus clientes poderiam estar enterrados. Milhares de sobreviventes continuam a deixar Palu, onde os hospitais estão sobrecarregados e carecem de tudo, para ir às cidades vizinhas. A ONG Medical Project HOPE explicou que apenas dois de seus 82 funcionários em Palu puderam se apresentar desde o terremoto. "Ainda não sabemos o destino dos médicos, enfermeiros e técnicos que costumam trabalhar na clínica". Quatro bebês nasceram em um hospital flutuante administrado pela Marinha da Indonésia e atracado em Palu, informou a mídia local. O calvário de Palu A polícia, que inicialmente havia permitido o saque de lojas para os sobreviventes, deixou de tolerar tal ação e começou a prender os saqueadores. Centenas de pessoas se apressaram neste sábado quando um caminhão chegou com botijões de gás de cozinha. Um supermercado que havia aberto suas portas recusou a entrada de clientes e entregou-lhes as mercadorias na entrada, sob o olhar de soldados armados. Um comboio de 500 caminhões carregados de alimentos e produtos básicos se dirigia para Palu, anunciou o ministro indonésio da Agricultura, Amran Sulaiman, nesta cidade em ruínas. "O calvário de Palu afeta a todos nós e é por isso que todos tentam ajudar", disse ele. A ONU declarou na sexta-feira que está buscando US$ 50,5 milhões para lançar um plano de "atividades de resgate imediato" desenvolvido com as autoridades indonésias. O objetivo, segundo a ONU, é ajudar 191.000 pessoas nos próximos três meses. A dupla catástrofe causou danos a 65 mil casas, das quais 10 mil foram completamente destruídas pelo tsunami e 15 mil danificadas pelo terremoto. Após longos dias de espera, a ajuda internacional começava a chegar na zona do desastre. Seu transporte era difícil porque o pequeno aeroporto de Palu é capaz de receber um número limitado de voos. A Oxfam enviou unidades de tratamento de água e equipes de resgate suíças fornecem água potável e abrigos de emergência, de acordo com comunicados publicados neste sábado.

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