INTERNACIONAL

Conflito entre Irã e Israel muda foco da cúpula do G7 e pressiona líderes a buscar solução diplomáti

Escalada militar no Oriente Médio traz volatilidade aos mercados, levanta temores sobre segurança energética e influencia posicionamento de líderes mundiais, incluindo o presidente Lula, que defende apelo por trégua

Do Correio.com
17/06/2025 às 15:13.
Atualizado em 17/06/2025 às 15:14

O confronto chegou ao quinto dia nesta terça-feira (17) com relatos de intensos bombardeios em Teerã e outras regiões do Irã. O exército israelense declarou ter conquistado superioridade aérea sobre a capital iraniana e emitiu alertas de retirada para civis. Milhares de moradores deixaram a cidade, gerando congestionamentos em rotas terrestres, única opção diante do fechamento do espaço aéreo.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que identificou impactos diretos nas salas subterrâneas de enriquecimento de urânio da instalação de Natanz, após ataques israelenses. A entidade segue monitorando o estado das demais unidades nucleares no país.

As baixas seguem aumentando. Segundo agências internacionais, o Irã registrou mais de 220 mortos e cerca de 1.200 feridos desde o início dos ataques. Em Israel, foram contabilizadas 22 mortes e centenas de feridos. Israel também declarou ter destruído parte significativa dos lançadores de mísseis iranianos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que busca uma solução definitiva para o conflito, e não apenas um cessar-fogo. Em outra publicação, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, afirmou que Trump “pode decidir tomar novas medidas” para tentar encerrar o programa nuclear iraniano.

Os Estados Unidos têm fornecido ajuda e equipamentos militares a Israel há muito tempo, mas sua posição oficial desde o início dos ataques, na sexta-feira, é que não estão diretamente envolvidos nas ações militares israelenses contra o Irã.

Analistas ainda avaliam se Trump estaria apenas pressionando o Irã por meio de declarações estratégicas, ou se realmente planeja formalizar ações e apoiar Israel em um eventual conflito ampliado.

RÚSSIA CHAMA G7 DE INÚTIL E DIZ QUE EXPULSÃO DO G8 FOI ERRO

Em paralelo à cúpula, o governo russo reagiu às declarações de Trump sobre a exclusão da Rússia do então G8, em 2014, após a anexação da Crimeia. Segundo Trump, o grupo cometeu um erro estratégico ao afastar a Rússia e declarou que Putin “basicamente não fala nem com as pessoas que o expulsaram”.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou a jornalistas que “concordamos com o presidente Trump: foi um grande erro excluir a Rússia do formato do G8”. Peskov acrescentou que o G7 perdeu relevância prática para Moscou e o classificou como “monótono e bastante inútil”, em comparação com fóruns mais amplos como o G20.

Com a crise no Oriente Médio dominando o cenário e tensões entre potências se manifestando em discursos paralelos, o G7 ocorre sob um ambiente de alta complexidade diplomática, marcado por disputas narrativas e interesses estratégicos divergentes.

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