A Tepco, operadora da central nuclear de Fukushima, iniciou nesta segunda-feira a retirada do combustível armazenado na piscina do reator 3, um dos mais danificados da usina, em uma operação delicada que foi adiada diversas vezes e que deve demorar dois anos. Esta é a segunda vez que a empresa organiza uma operação do tipo, depois de esvaziar a piscina do reator 4 entre 2013 e 2014. Mas o estado do reator em questão era diferente, pois seu núcleo, ao contrário do número 3, não entrou em fusão porque estava vazio. A piscina de desativação e resfriamento do reator 3 contém 566 unidades de combustível nuclear, volumosas peças que devem ser retiradas antes de outras tarefas no edifício, que sofreu uma grande explosão. O edifício do reator 3 se transformou após o acidente em uma floresta de sucata, que precisou de evacuação. A piscina, situada no topo, também estava lotada de todo tipo de dejetos.Equipamentos especiais, incluindo uma grua, foram instalados para permitir a retirada das unidades de combustível, uma a uma. Os preparativos levaram mais tempo que o previsto. "A princípio acreditávamos que poderíamos iniciar a retirada no fim de 2014, mas havia muito desperdício e tivemos que agir com prudência por causa da radioatividade", afirmou à AFP uma porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco). A empresa começará com a retirada das sete unidades não utilizadas, que em tese representam menos riscos. As outras operações devem demorar mais tempo. A retirada do combustível das piscinas dos reatores 1 e 2, as outras duas unidades cujos núcleos entraram em fusão, devem começar em 2023. A central de Fukushima Daiichi, que fica 220 km ao nordeste de Tóquio, foi inundada em 11 de março de 2011 por um tsunami provocado por um terremoto forte. O fornecimento de energia elétrica para os circuitos de resfriamento foi cortado, o que provocou a fusão dos núcleos de três dos seis reatores da central e violentas explosões devido ao acúmulo de hidrogênio por reação química no edifício que cobria as unidades em que ficam as piscinas.