A trégua que entrou em vigor na terça-feira em Hodeida, a principal frente de guerra no Iêmen, fracassará se os rebeldes continuarem violando as condições do cessar-fogo e se a ONU demorar a intervir, afirmou nesta quarta-feira a coalizão pró-governo liderada pela Arábia Saudita
A trégua que entrou em vigor na terça-feira em Hodeida, a principal frente de guerra no Iêmen, fracassará se os rebeldes continuarem violando as condições do cessar-fogo e se a ONU demorar a intervir, afirmou nesta quarta-feira a coalizão pró-governo liderada pela Arábia Saudita."Se a ONU continuar adiando e demorar muito a entrar em cena, perderá a oportunidade (...) e o acordo (de trégua) estará destinado ao fracasso", declarou à AFP uma fonte da coalizão, que apoia militarmente o governo iemenita contra os rebeldes huthis. "Continuamos concedendo o benefício da dúvida e demonstramos moderação, mas os primeiros sinais não são encorajadores", completou a fonte, que pediu anonimato, antes de acusar a rebelião de violar a trégua em 21 oportunidades.Apesar do acordo de 13 de dezembro, estabelecido na Suécia entre o regime, apoiado militarmente pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, que prevê um cessar-fogo imediato, os confrontos, às vezes violentos, prosseguem de maneira intermitente nesta cidade do oeste do país.Na terça-feira, uma fonte da ONU anunciou à AFP que um comitê com representantes dos beligerantes e coordenado pelas Nações Unidas chegaria a Hodeida em um prazo de 24 horas para supervisionar a trégua.Este comitê, responsável por monitorar a retirada dos combatentes de Hodeida e a saída dos rebeldes dos principais portos da província de mesmo nome, deve apresentar um relatório a cada semana ao Conselho de Segurança da ONU.Após várias trocas de tiros esporádicas durante a madrugada de quarta-feira, a calma voltou a Hodeida, afirmou por telefone à AFP um morador da cidade.O porto da cidade recebe a maior parte da ajuda e das importações de alimentos do Iêmen, um país pobre da península arábica ameaçado pela fome após quatro anos de conflito.A guerra do Iêmen deixou pelo menos 10.000 mortos, de acordo com a ONU. Várias ONGs, no entanto, acreditam que o balanço real de vítimas diretas ou indiretas do conflito é muito maior.mah/dm/cgo/gk/pc/zm/fp