SOB SUSPEITA

Climatologista, presidente do IPCC, é acusado de assédio sexual

Rajendra Pachauri, que estava à frente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, afastou-se provisoriamente de seus compromissos oficiais, após a abertura de uma investigação

France Press
22/02/2015 às 17:35.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:22
O indiano Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas  (France Press)

O indiano Rajendra Pachauri, presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (France Press)

O presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o indiano Rajendra Pachauri, afastou-se provisoriamente de seus compromissos oficiais, após a abertura de uma investigação por assédio sexual contra ele em seu país, poucos meses antes da conferência de Paris sobre o clima.Pachauri não presidirá na próxima sessão plenária deste grupo de especialistas das Nações Unidas sobre o clima em Nairóbi, devido a "assuntos que exigem sua atenção", informou o IPCC no sábado, em um comunicado breve.Uma pesquisadora de 29 anos do centro de estudos The Energy and Resources Institute acusa Pachauri, de 74 anos, "de assédio sexual", declarou à AFP o porta-voz da polícia de Nova Délhi, Rajan Bhagat, destacando que a mulher apresentou uma denúncia "há uma semana" e que "uma investigação está em curso".A demandante acusa o climatologista de enviar e-mails e mensagens por SMS, mas Pachauri desmente estas acusações, alegando que seu e-mail e celular foram 'hackeados'.O presidente do IPCC se apresentará esta segunda-feira a um tribunal de Nova Délhi para evitar ter a prisão preventiva decretada e conseguir ser libertado sob fiança.Os problemas judiciais ocorrem no pior momento, em um ano crucial para as negociações mundiais sobre o clima, que concluirá com a conferência internacional de Paris, em dezembro.A reunião na capital francesa visa a fechar o acordo mais ambicioso já assinado para combater contra o aquecimento global, um pacto universal que sucederá o Protocolo de Kyoto após 2020.Os especialistas do IPCC, que elaboraram cinco informes sobre as mudanças climáticas desde a sua criação, em 1988, terão um papel-chave nas negociações, em um momento em que a comunidade internacional não consegue entrar em acordo sobre o balanço da situação e as medidas a adotar.Seu último informe, publicado em outubro de 2014, propõe diferentes cenários possíveis. O mais pessimista prevê uma elevação global das temperaturas no final do século XXI de 3,7ºC a 4,8ºC com relação ao período 1850-1900. 

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