rajadas de vento

Ciclone bomba causa 11 mortes no Sul

Após causarem a morte de 11 pessoas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os ventos do ciclone bomba chegaram também à região Sudeste

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
02/07/2020 às 08:01.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:36
Após a escuridão do céu, os fortes ventos causaram mortes e muita destruição principalmente nos Municípios dos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul (Reprodução/Redes sociais)

Após a escuridão do céu, os fortes ventos causaram mortes e muita destruição principalmente nos Municípios dos Estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul (Reprodução/Redes sociais)

Após causarem a morte de 11 pessoas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os ventos do ciclone bomba chegaram também à região Sudeste e ao Paraná entre a noite de terça-feira e a madrugada de ontem. Rajadas de até 96 km/h ocorreram nos Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Paraná, velocidade que atingiu 120 km/h no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Litoral Sul paulista, os ventos destruíram lanchas e embarcações. Chamado de “bomba” pelos fortes ventos, o ciclone extratropical avança na direção do Oceano Atlântico, segundo o meteorologista João Basso, da Climatempo. O meteorologista explica que ciclones costumam ocorrer nesta época do ano, com uma média de 13 apenas no mês de julho. O registrado nesta semana se destacou e passou a ser chamado de “bomba” pelos fortes ventos, que ganharam potência com a chegada de uma frente fria. Em Santa Catarina, foram registradas mortes em Chapecó (1), Santo Amaro da Imperatriz (1), Tijucas (3), Ilhota (1), Itaiópolis (1), Governador Celso Ramos (1), Rio dos Cedros (1), e um morador em Brusque. No Rio Grande do Sul, Vanderlei Oliveira, de 53 anos, morreu após ser soterrado por um deslizamento de terra em Nova Prata, na Serra Gaúcha. Ele trabalhava em uma construção no momento do desmoronamento. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que o telhado de uma edificação é arrancado inteiro em Florianópolis e também trabalhadores no andaime de um prédio durante fortes ventos em Camboriú. A tempestade causou quedas de árvores e postes e destelhamento de residências. Mais de 1,5 milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica apenas em Santa Catarina, o que corresponde a 49% do Estado. No Rio Grande do Sul, 1 milhão de pessoas teve corte de energia. Em Porto Alegre, a falta de energia afetou ao menos seis Unidades Básicas de Saúde pela manhã, mas o atendimento foi mantido, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Segundo a Defesa Civil gaúcha, 1.035 pessoas estão fora de suas residências em 16 cidades. Os Municípios mais atingidos são Vacaria, com 520 pessoas desalojadas, e Capão Bonito do Sul, com 400 moradores atingidos. Em Iraí, no Norte do Estado, o vendaval destelhou ao menos 300 casas, afetando 250 famílias. A Prefeitura de Florianópolis constatou a queda de 300 árvores, além de postes e fios. De acordo com a Defesa Civil catarinense, foram registrados estragos em 83 Municípios. As coordenadorias de Blumenau e Florianópolis atenderam ocorrências em nove Municípios cada. Em Palhoça, na região metropolitana, 10 unidades de educação foram afetadas e um ginásio teve o telhado arrancado pela força do vento. O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina somou mais de 1,6 mil ocorrências atendidas. Mais de mil soldados ficaram empenhados nos trabalhos, com o auxílio de 380 viaturas. Já as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) estão com 300 equipes trabalhando para retomar a energia. Ventos, ressaca e frio chegam ao Estado de SP No litoral de São Paulo, os ventos chegaram a 96 km/h na madrugada de ontem. Ondas gigantes invadiram avenidas em Praia Grande e 20 embarcações afundaram ou foram danificadas após serem atingidas em Peruíbe. Barcos de pesca e lanchas que estavam amarradas a um píer de atracação foram arrancados pelo vendaval.  Após a madrugada com fortes ventos, o amanhecer ontem na cidade de São Paulo foi com nebulosidade e termômetros na casa dos 18º C, em média, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE), da Prefeitura de São Paulo. O Corpo de Bombeiros recebeu vários chamados de quedas de árvores na cidade de São Paulo, segundo a corporação. O Interior paulista também enfrentou ventos, chuva e incidência de raios. Hoje, uma massa de ar polar deve chegar ao Estado de São Paulo. Segundo a Marinha, a ressaca, com ventos de até 88 km/h voltariam à faixa litorânea de São Paulo e Rio de Janeiro na madrugada de hoje. A previsão é que esse vendaval provoque ondas de três a quatro metros de altura em alto-mar do Rio de Janeiro até a Bahia, ao Sul de Caravelas, entre hoje e amanhã, gerando ressaca em todo o litoral. A Defesa Civil alerta que, depois dos ventos, a temperatura pode chegar a 10 graus no Estado de São Paulo. (Das Agências)

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