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China detém mais de 50 militantes pró-democracia

Em 2020 as autoridades chinesas retomaram o controle da ex-colônia britânica, um ano depois de uma mobilização popular sem precedentes

France Press
07/01/2021 às 11:27.
Atualizado em 22/03/2022 às 13:44
Ben Chung, um dos ativistas pró-democracia presos pela polícia chinesa (Peter Parks/AFP)

Ben Chung, um dos ativistas pró-democracia presos pela polícia chinesa (Peter Parks/AFP)

Mais de 50 pessoas, incluindo um advogado americano e dezenas de figuras da oposição pró-democracia, foram detidas ontem em Hong Kong durante a maior operação até agora com base na lei de segurança nacional imposta por Pequim.

Em 2020 as autoridades chinesas retomaram o controle da ex-colônia britânica, um ano depois de uma mobilização popular sem precedentes neste território semiautônomo desde sua devolução em 1997.

As detenções, muitas delas relacionadas com as primárias celebradas pela oposição no ano passado, ilustram o aumento da pressão de Pequim. A polícia confirmou que 53 pessoas, incluindo um cidadão americano, foram detidas por "subversão" em uma operação que aconteceu durante a manhã e teve a participação de quase 1.000 agentes. O secretário de Segurança de Hong Kong, John Lee, afirmou que as detenções eram "necessárias" e tinham como alvos pessoas que tentavam "afundar Hong Kong no abismo". Em Pequim, a porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores chino, Hua Chunying, afirmou que a medida afetava "apenas a liberdade de algumas forças externas e indivíduos em Hong Kong que conspiram para tentar abalar a estabilidade e a segurança da China".

Anthony Blinken, nomeado pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, como futuro secretário de Estado classificou as detenções como um "ataque contra os direitos universais".

A União Europeia (UE) exigiu a "libertação imediata" dos detidos e alertou que examina eventuais sanções contra a China por sua intervenção no território. O Reino Unido, também condenou um "sério ataque aos direitos e liberdades de Hong Kong". A operação foi direcionada contra ex-deputados pró-democracia como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, assim como contra ativistas mais jovens.

Entre estes últimos, dois confirmaram suas detenções em suas páginas do Facebook: Gwyneth Ho, uma ex-jornalista de 30 anos que passou a atuar no movimento pró-democracia, e Tiffany Yuen, uma conselheira distrital de 27 anos. Pessoas ligadas a Joshua Wong, uma das figuras mais conhecidas do movimento pró-democracia, atualmente detido, informaram na página do Facebook do ativista que a casa dele foi alvo de uma operação.

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