NO SENADO

Chico Buarque reafirma que processo é 'golpe'

Chico fez parte da comitiva de Dilma e ficou na galeria do Plenário desde cedo ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O músico chegou de óculos escuros e foi assediado por parlamentares

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
29/08/2016 às 22:59.
Atualizado em 22/04/2022 às 22:36

Plenário do Senado durante sessão deliberativa extraordinária para votar a Denúncia 1/2016, que trata do julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff por suposto crime de responsabilidade. (Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)

Bastante assediado pela imprensa e causando um pequeno tumulto nos corredores do Senado Federal, o cantor e compositor Chico Buarque deixou o Senado na tarde desta segunda-feira e evitou falar com a imprensa. Diante da insistência de jornalistas, ele limitou-se a dizer que o impeachment era sim um “golpe” e reforçou que acha difícil que afastamento definitivo da presidente Dilma Rousseff seja revertido. Chico fez parte da comitiva de Dilma e ficou na galeria do Plenário desde cedo ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O músico chegou de óculos escuros e foi assediado por parlamentares que tiraram fotos com o artista. Lula, por sua vez, disse que se os senadores tivessem lido antes o discurso de Dilma não haveria impeachment. Para o petista, sua sucessora teve uma atuação “firme e centrada” ao se defender no plenário do Senado. Em conversa na galeria do Senado, Lula considerou o impeachment praticamente irreversível. Em público, porém, o ex-presidente não entregou os pontos. “O jogo vai terminar com uma vitória nossa”. Questionado se estava se referindo ao julgamento final do impeachment ou a seu futuro político, Lula respondeu: “Vamos esperar isso aqui terminar”. O ex-presidente classificou o depoimento de Dilma como “forte e preciso”. “A hora que julgarem e condenarem uma presidente inocente, sem crime de responsabilidade, é um rotundo golpe. É um golpe integral”, disse Dilma durante o discurso aos senadores. Temer O presidente em exercício Michel Temer acompanhou o discurso da petista no Palácio do Jaburu. Ele já avisou que não descarta atrasar em algumas horas a viagem para a China, caso a sessão do impeachment se estenda pela noite de hoje e entre pela madrugada de amanhã. A previsão inicial era de que Temer viajasse em missão oficial para a Cúpula do G-20 nesta terça-feira. Segundo um interlocutor de Temer, ele só viajará depois de assinar o termo de posse, caso Dilma seja cassada definitivamente. Temer chegou a afirmar que “não teve tempo” para assistir à defesa da petista, “porque estava trabalhando”. No início da noite, no entanto, o Palácio do Planalto emitiu nota em resposta ao que considerou “ataques” de senadores e da petista. “Não é verdade que se debata a estipulação de idade mínima de 70 ou 75 anos aos aposentados; não será extinto o auxílio-doença; não será regulamentado o trabalho escravo; não há privatização do pré-sal e não se cogita revogar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, escreveu o Planalto.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por