INTERNACIONAL

Chefe do Pentágono quer tranquilizar Seul e Tóquio sobre a Coreia do Norte

O secretário de Defesa americano, Jim Mattis, assegurou nesta quinta-feira em Seul que a aliança entre os dois países continua firme, apesar da suspensão pelo presidente Donald Trump das manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul

AFP
28/06/2018 às 10:00.
Atualizado em 28/04/2022 às 14:11

O secretário de Defesa americano, Jim Mattis, assegurou nesta quinta-feira em Seul que a aliança entre os dois países continua firme, apesar da suspensão pelo presidente Donald Trump das manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul.A preocupação é grande na região. O presidente americano quer convencer Pyongyang que renuncie ao seu arsenal atômico e viu no líder norte-coreano Kim Jong Un "um cara talentoso".Mas Mattis declarou a seu colega em Seul que o "compromisso dos Estados Unidos com a República da Coreia continua sendo de ferro", o que significa que "serão mantidos os níveis atuais das forças americanas na península coreana".Mattis, que realizou uma visita de dois dias a China, é esperado ainda nesta quinta em Tóquio.A Coreia do Sul e o Japão assinaram acordos de segurança garantidos por tratado com os Estados Unidos, mas as últimas mudanças diplomáticas em Washington os colocaram em uma situação incômoda.O anúncio mais surpreendente aconteceu depois da cúpula entre Trump e Kim em Singapura, onde o presidente americano anunciou sua decisão de suspender os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. Seul deu a entender que não havia sido informado previamente sobre esta decisão.Essas manobras, organizadas há décadas, eram denunciadas por Pyongyang como uma ameaça à sua segurança.Trump chegou a usar a palavra "provocador" para descrever esses exercícios.A suspensão das manobras "Guardião da Liberdade Ulchi", que deveriam acontecer em agosto, melhora as perspectivas de negociação e "aumenta as perspectivas de uma solução pacífica na península", ressaltou Mattis.Washington confirmou publicamente sua determinação de proteger o Japão e a Coreia do Sul das ameaças do Norte. Dezenas de milhares de soldados americanos estão implantados nos dois países.James Schoff, ex-especialista da Ásia no Pentágono e atualmente pesquisador do programa Carnegie Asia, estimou que os japoneses e sul-coreanos "estão cada vez mais preocupados com nosso compromisso" de defendê-los.Um alto funcionário do Pentágono tentou minimizar a necessidade de acalmar os dois aliados. "É parte da visita, mas não é o principal", disse ele. "O essencial é continuar a discutir sobre como vemos as coisas".Em Singapura, Kim Jong Un assinou um documento que "reafirma seu firme e inabalável compromisso com a completa desnuclearização da península coreana".Uma vaga declaração de intenções que desapontou os observadores e que não menciona que o processo será "verificável e irreversível", como exigido pelos Estados Unidos.Pyongyang não se comprometeu publicamente a renunciar ao seu arsenal nuclear. Imagens de satélite mostram que as obras continuam no centro de pesquisa nuclear de Yongbyon.Trump declarou que a desnuclearização começou e que o Norte não representa mais uma ameaça nuclear.Mas não se sabe em que ponto estão as negociações com o Norte, lideradas pelo secretário de Estado Mike Pompeo.Em uma recente entrevista à CNN, Pompeo afastou a esperança de um acordo rápido. O que não impediu o secretário de Estado e outros altos funcionários de dar a entender que estavam prestes a definir um cronograma e as linhas gerais do que a Coreia do Norte deveria fazer.pmh/slb/ev/ia/pa/ra/mr

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