CONFRONTO

Capital do Burundi volta a ser palco de manifestações

Os manifestantes se reuniram nas ruas e becos dos bairros mais rebeldes, onde a polícia, em muitos casos, não se atreve a entrar

France Press
28/05/2015 às 10:00.
Atualizado em 23/04/2022 às 12:11

As manifestações contra um eventual terceiro mandato do presidente do Burundi retornaram na manhã desta quinta-feira à capital do país, Bujumbura, embora desta vez tenham se concentrado nos bairros, ante a grande mobilização policial nas principais avenidas da cidade, indicaram habitantes à AFP.Os manifestantes se reuniram nas ruas e becos dos bairros mais rebeldes, onde a polícia, em muitos casos, não se atreve a entrar.Em Musaga e Nyakabiga, as forças de ordem dispararam e lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra as dezenas de pessoas que em certo momento começaram a marchar em direção às principais vias da cidade.Apenas Cibitoke e Buterere, no norte da capital, permaneciam bloqueados pelos manifestantes, que instalaram barricadas em algumas de suas ruas. Em Cibitoke, a polícia disparou para tentar dispersar os que protestavam.As manifestações dos opositores à candidatura do presidente Pierre Nkurunziza a um terceiro mandato nas eleições presidenciais de 26 de junho ocorrem de forma quase diária na capital do país há um mês.Abalados pelos confrontos com a polícia, os protestos já deixaram mais de 30 mortos.Também nesta quinta-feira, a Igreja Católica do Burundi anunciou sua retirada do processo eleitoral em andamento, a uma semana das eleições legislativas e num momento de grave crise política."Há alguns dias, divulgamos um comunicado informando sobre nosso desejo de que o processo eleitoral em andamento respondesse às condições exigidas para eleições confiáveis", declarou Gervais Bashimiyubusa, presidente da conferência de bispos do país, lendo um comunicado na rádio católica Radio María."Aproveitamos para declarar que a Igreja pode se retirar do grupo de participantes que organizam estas eleições, já que a igreja não pode endossar eleições cheias de lacunas", explicou o prelado.A Igreja convocou seus fiéis a votar, sem que "ninguém vote por ameaça ou intimidação de qualquer tipo, ou porque foi comprado de uma forma ou de outra. Aos olhos de Deus, seria como um escravo do mal", advertiu.No dia 5 de junho serão realizadas eleições legislativas no Burundi, antes das presidenciais de 26 de junho.

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