infusões

Brasil testará tratamento com plasma sanguíneo

Os cientistas acreditam que o plasma de um indivíduo em recuperação pode ajudar um paciente doente por já conter anticorpos contra a infecção

Estadão Conteúdo
correiopontocom@rac.com.br
06/04/2020 às 08:55.
Atualizado em 29/03/2022 às 16:22

Os Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), testarão o uso de plasma sanguíneo de pacientes já recuperados da covid-19 em doentes que ainda têm a infecção. As instituições receberam no sábado o aval da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para fazer o estudo em humanos e iniciarão nesta Segunda-feira (6) triagem de possíveis doadores de plasma.A autorização para a pesquisa brasileira veio um dia após a Food and Drugs Administration (FDA), agência de medicamentos americana, autorizar estudo similar com pacientes dos Estados Unidos.Os cientistas acreditam que o plasma de um indivíduo em recuperação pode ajudar um paciente doente por já conter anticorpos contra a infecção. "Essa pesquisa é baseada em experiências anteriores que, há mais de cem anos, identificaram que o plasma de convalescentes podia ser útil no tratamento de pessoas ainda durante a infecção. Este conceito é denominado transferência passiva de imunidade. Se a terapia funcionar, ela poderá fornecer os anticorpos necessários para aqueles que ainda não os têm em níveis capazes de protegê-los, levando a uma melhora dos sintomas e à diminuição do vírus no organismo", explica Luiz Vicente Rizzo, diretor-superintendente de pesquisa do Einstein.Poderão receber infusões de plasma dentro da pesquisa pacientes graves internados em leitos de UTI ou na unidade semi-intensiva, em um período anterior ao da intubação e que ainda não tenham apresentado nenhuma resposta imunológica durante o pico da doença.Rizzo explicou à reportagem que serão considerados doadores aptos pessoas que: 1) tiveram covid-19 há mais de 15 dias e há menos de 45 dias; 2) não apresentam mais sintomas, e 3) tiveram confirmação laboratorial prévia de infecção pelo vírus, mas que não apresentam mais o material genético do vírus em seu organismo.Os possíveis doadores devem ainda apresentar anticorpos neutralizantes, moléculas capazes de combater a infecção. O protocolo brasileiro é baseado no da Universidade Johns Hopkins, que fará os estudos com plasma nos EUA.Após a aprovação da pesquisa americana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota afirmando que estudos com plasma "têm sugerido resultados promissores, porém derivam de análises não controladas e com tamanho limitado de amostras". Para o órgão, os estudos feitos até agora são insuficientes para comprovar a eficácia, o que requer pesquisas mais aprofundadas.AnticoagulanteOutra aposta da ciência que começará a ser testada também no Brasil é um anticoagulante para tratar casos graves de infecção pelo coronavírus.Um protocolo experimental do uso do medicamento heparina está sendo finalizado por profissionais do Hospital Sírio-Libanês e deve em breve ser avaliado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).A substância já foi utilizada dentro de um protocolo de pesquisa de um grupo de cientistas chineses para avaliar se o medicamento diminuiria o índice de mortalidade entre pacientes com a covid-19. A hipótese era de que a heparina poderia ajudar no quadro, pois uma das complicações possíveis do vírus é um quadro de coagulação intravascular e tromboembolismo venoso.Os primeiros resultados do estudo, publicados em 27 de março no Journal of Thrombosis and haemostasis, apontam que o número de mortes foi menor somente entre pacientes com alguma predisposição a distúrbios de coagulação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Anuncie
(19) 3736-3085
comercial@rac.com.br
Fale Conosco
(19) 3772-8000
Central do Assinante
(19) 3736-3200
WhatsApp
(19) 9 9998-9902
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por