INTERNACIONAL

Bebês elefantes encontram carinho e uma nova vida nova em orfanato no Quênia

Luggard tinha apenas cinco meses quando chegou ferido por duas balas, uma delas danificou seu fêmur posterior direito

AFP
20/03/2019 às 10:20.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:20

Luggard tinha apenas cinco meses quando chegou ferido por duas balas, uma delas danificou seu fêmur posterior direito. Para o bebê elefante era difícil acompanhar o ritmo da manada no parque nacional de Tsavo, no Quênia."Já era muito tarde para uma cirurgia", conta Edwin Lusichi, chefe dos guardas do orfanato para elefantes do Fundo Sheldrick para a Fauna Selvagem (SWT) de Nairóbi, onde Luggard encontrou refúgio e se recupera de suas feridas.O filhote de elefante, que atualmente tem três anos, manca em razão de sua pata deficiente, mas que não o impede de correr com entusiasmo todas as manhãs, com outros vinte companheiros órfãos, quando chega a hora da comida.Os pequenos elefantes se apressam sobre as mamadeiras gigantes com uma mistura de leite em pó para humanos, água e vitaminas, uma receita desenvolvida pelo centro para substituir o leite materno.Cada um dos elefantes do orfanato tem uma história única. "Quando os acolhemos, alguns tinham apenas alguns dias de vida", conta Kirsty Smith, administradora do SWT.Larro, de 10 meses, é a elefanta mais jovem do centro. Quando a encontraram errava sozinha na reserva de Masai Mara, aparentemente após um violento encontro entre a sua família e moradores da região."Às vezes, os elefantes entram nas propriedades, nas fazendas. As pessoas batem neles para espantá-los e, durante o confronto, [os bebês] acabam separados de suas famílias", explica Lusichi.Os filhotes de elefante não podem sobreviver sem suas mães. O desmame acontece entre os 5 e 10 anos, e só se tornam adultos aos 18.- Cicatriz -Um elefante pode viver até os 70 anos, mais muitos morrem de forma prematura.Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), a cada ano na África cerca de 20.000 elefantes são mortos, principalmente por caçadores atrás de suas presas de marfim.O comércio ilegal de marfim é motivado pela demanda na Ásia e Oriente Médio, onde é usado na medicina tradicional e para ornamentação."Matam um elefante apenas por suas presas!", indigna-se Lusichi ao contar a história de Enkesha, de dois anos."Veja a sua trompa... Estava presa em uma armadilha", explica, indicando que a filhote quase perdeu esse membro, com o qual se comunicam, respiram e levam comida e água até a boca.Agora, após uma longa reeducação, a jovem paquiderme consegue usar sua trompa - que tem uma impressionante cicatriz - quase normalmenteOs elefantes podem ficar até os três anos no orfanato, onde são alimentados a cada três horas e dormem em cercados individuais, cada um acompanhado por um guarda."É como passar a noite no quarto de um bebê humano", explica um deles, Julius Shivegha, de 43 anos."Devemos garantir que estão vem corbetos", conta.Durante o dia, os guardas acompanham os jovens elefantes em passeios pela savana e preparam um banho de lama no qual adoram fazer bolhas com suas trompas.- Mimos e futebol -"Às vezes brincamos de futebol com eles", assegura Shivegha. "Às vezes lhes fazemos um mimo. Alguns tentam o tempo todo pegar nossas mãos ou usar nossos dedos como chupeta. Tudo isso nos aproxima muito deles [...] somos como suas mães".Ao sair do orfanato, a maioria dos elefantes vai para um dos três centros de reintegração situados no parque nacional de Tsavo (sudeste), onde passam vários anos aprendendo a viver sem os humanos até serem capazes de se juntar a uma manada.Para os elefantes deficientes, como Luggard, o DSWT criou um santuário na floresta de Kibwezi, perto do parque de Tsavo, lonha das residências humanas e onde a água e os alimentos são abundantes durante todo o ano.Em 42 anos de existência, o SWT recebeu 230 elefantes, entre os quais mais de 120 vivem agora em liberdade e tiveram cerca de 30 filhotes, segundo Smith.mlr/fb/ndy/cyb/sgf/zm/mr

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