MINISTROS

Bachelet pede renúncia do gabinete inteiro

Presidente chilena pediu a renúncia de todo o gabinete, e deverá anunciar as mudanças no ministério do País em aproximadamente 72 horas

France Press
07/05/2015 às 09:21.
Atualizado em 23/04/2022 às 14:26
Presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou que anunciará seu novo ministério em 72 horas (France Press)

Presidente do Chile, Michelle Bachelet, afirmou que anunciará seu novo ministério em 72 horas (France Press)

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou na noite desta quarta-feira (6) que pediu a renúncia de todo o gabinete, e que anunciará as mudanças no ministério em 72 horas."Pedi a renúncia a todos os meus ministros. Em 72 horas informarei quem fica e quem vai", disse Bachelet em entrevista ao jornal do Canal 13."Este é o momento para fazer uma mudança do gabinete", afirmou Bachelet, 14 meses após ter assumido a presidência do Chile, pela segunda vez, e ainda sob a influência do escândalo envolvendo seu filho Sebastián Dávalos com um caso de especulação imobiliária.O anúncio ocorreu em meio a uma entrevista com o conhecido apresentador Don Francisco, e Bachelet foi direta ao confirmar o que era esperado há meses para superar a crise política aberta pelos escândalos envolvendo seu filho e o financiamento ilegal de campanhas políticas por parte dos grupos econômicos Penta e Soquimich.Os dois escândalos provocaram grande desconfiança entre a população e uma brusca queda da popularidade de Bachelet, que agora está em apenas 31%.Sebastián Dávalos e sua esposa, Natalia Compagnon, são investigados pelo uso de informação privilegiada e tráfico de influência em uma milionária venda de terrenos no sul do Chile.Além disso, dois dos grupos econômicos mais importantes do país, "Penta" e "Soquimich", estão sendo investigados pelo uso falsos honorários para o financiamento de políticos.Um dos nomes mais mencionados para sair é o do ministro do Interior e atual chefe de gabinete, Rodrigo Peñailillo, 40 anos.Considerado como um "filho político" de Bachelet, Peñailillo foi citado no escândalo de financiamento irregular de campanhas políticas e sua gestão da crise é muito criticada.Na outra ponta está o chanceler Heraldo Muñoz, que questiona no momento a competência da Corte Internacional de Justiça em Haia para tratar da demanda marítima da Bolívia contra o Chile.Na semana passada, Bachelet anunciou que em setembro iniciará o Processo Constituinte para redigir uma nova Constituição que substitua a Carta herdada da ditadura de Augusto Pinochet, de 1980.A nova Constituição deverá ser referendada pelo Congresso, onde o governo tem maioria, mas o processo exigirá um alto quórum.Aprovada em um questionado plebiscito, a Constituição de Pinochet foi emendada em algumas ocasiões nestes últimos 25 anos, mas até o momento não havia qualquer iniciativa para substitui-la.Ainda na semana passada, Bachelet divulgou uma série de medidas de moralização, incluindo a eliminação das contribuições anônimas e reservadas para as campanhas políticas e as contribuições das empresas.Até o momento, a lei chilena permitia a contribuição de empresas para campanhas políticas, e de forma reservada.Bachelet também anunciou que o Estado passará a financiar os partidos políticos, que serão submetidos a controles financeiros mais severos, e que os políticos que cometerem crimes perderão seus mandatos.

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