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Avião da Lion Air que sofreu acidente na Indonésia não deveria ter sido autorizado a voar

O avião da Lion Air que caiu na Indonésia no fim de outubro, uma tragédia que matou 189 pessoas, não deveria ter sido autorizado a voar porque sofreu um problema técnico em um voo anterior, afirmou nesta quarta-feira a Agência de Segurança nos Transportes

AFP
28/11/2018 às 11:40.
Atualizado em 05/04/2022 às 23:37

O avião da Lion Air que caiu na Indonésia no fim de outubro, uma tragédia que matou 189 pessoas, não deveria ter sido autorizado a voar porque sofreu um problema técnico em um voo anterior, afirmou nesta quarta-feira a Agência de Segurança nos Transportes.Um Boeing 737 Max 8 da companhia de baixo custo, que seguia para Pangkal Pinang, caiu em 29 de outubro no mar de Java, 10 minutos depois de decolar de Jacarta: as 189 pessoas a bordo morreram no acidente.Até o momento foram identificadas 125 vítimas."Durante o voo de Denpasar a Jacarta, anterior à viagem fatal, a aeronave sofreu um problema técnico, mas o piloto decidiu continuar o voo", declarou Nurcahyo Utomo, diretor da agência."Na nossa opinião, o avião não estava em condições de voar e não deveria ter continuado", disse Utomo.No relatório da investigação preliminar, a agência indonésia destaca que a companhia aérea deveria reforçar as medidas de segurança. O documento não revela as causas, mas apresenta uma ideia da investigação, além de apresentar recomendações. O relatório final será apresentado em 2019.Durante o último voo, os pilotos perguntaram aos controladores quais eram a velocidade e altura da aeronave. Eles citaram "problemas com os controles de voo", segundo o relatório. O avião havia registrado problemas similares aparentemente vinculados a medidas equivocadas dos sensores durante um voo precedente. Mas os pilotos passaram para o sistema manual para recuperar o controle da aeronave. Os investigadores não explicaram por quê os pilotos do último voo JT610 não conseguiram fazer o mesmo.A Lion Air deve adotar medidas "para melhorar sua cultura de segurança" e garantir que todos os todos os documentos operacionais, que detalham os reparos nos aviões, "estejam preenchidos e documentados de modo adequado", afirma o relatório.O Boeing 737 Max 8 operado pela Lion Air registrou problemas recorrentes vinculados ao sistema antibloqueio, segundo os primeiro elementos da investigação. Os problemas foram reparados e os diretores técnicos da companhia autorizaram a retomada dos voos.O informe publicado nesta quarta-feira confirma que os pilotos do voo Denpasar-Jacarta e os do último voo enfrentaram dificuldades vinculadas ao sistema automático utilizados por estes sensores.Os investigadores mencionaram um problema vinculado às sondas de ângulo (AOA, Angle of Attack sensor).A Boeing adotou um novo sistema antibloqueio nos modelos mais recentes do 737 Max.Mas um funcionamento equivocado das AOA pode provocar um acidente e obriga os pilotos a voltar a assumir o controle do avião.O relatório preliminar confirma que os pilotos dos dois voos tiveram dificuldades ligadas a este sistema automático antibloqueio, mas não indica as causas definitivas do acidente.Também informa que o "stick shaker", ativado quando há risco de queda, estava "ativado durante quase todo o voo". bur/pb/lgo/am/sgf/fp

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