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Autoridade do vaticano renuncia após ser acusado por ex-freira

Uma autoridade religiosa do Vaticano apresentou sua renúncia depois de ter sido acusado de assédio sexual por uma ex-freira, anunciou a Santa Sé em um comunicado divulgado nesta terça-feira

AFP
29/01/2019 às 12:40.
Atualizado em 05/04/2022 às 10:44

Uma autoridade religiosa do Vaticano apresentou sua renúncia depois de ter sido acusado de assédio sexual por uma ex-freira, anunciou a Santa Sé em um comunicado divulgado nesta terça-feira.O padre austríaco Hermann Geissler renunciou como chefe da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), que zela pelo dogma católico e examina os casos de abusos sexuais do clero."O padre Geissler tomou essa decisão para limitar os danos já causados à Congregação e à sua comunidade", explica o comunicado da CDF. "Ele afirma que a acusação contra ele é falsa" e "se reserva o direito de apresentar uma possível ação civil", acrescenta o texto.Ao final de um processo canônico já concluído, Geissler recebeu em 2014 uma advertência por assédio a uma jovem freira, informou o jornal francês La Croix relatou. Naquela época, ele reconheceu os fatos, de acordo com o jornal.Doris Wagner, filósofa e teóloga alemã de 34 anos, explicou recentemente em Roma as agressões e abusos sexuais que sofreu durante seus 8 anos de vida religiosa, e divulgou um vídeo nas redes sociais.A freira alemã diz ter sido estuprada por um padre em 2008, fato que denunciou a um superior em Roma.Então foi assediada por outro padre que pediu para ser seu confessor, o padre Geissler."Ficava horas ajoelhada diante dele. Me dizia que me amava e que sabia que eu o amava também, e que embora não pudéssemos nos casar, havia outros meios", explicou.Um dia, "tentou me agarrar e me beijar. Fiquei assustada e fugi", narrou. Quando pediu para trocar de confessor, sua superiora afirmou que estava ciente de que esse padre gostava de garotas jovens.Em 2012, após deixar a vida religiosa, Wagner denunciou os dois padres perante a Congregação para a Doutrina da Fé.Aquele que a estuprou, que trabalhava na secretaria de Estado, foi demitido do Vaticano, mas continuou sendo padre em uma comunidade na qual "vivem muitos jovens freiras", denunciou Doris Wagner. cm/ljm/al/age/mr

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