As autoridades australianas anunciaram nesta quarta-feira a detenção de uma babá que mora há mais de três décadas no país, depois que o Chile solicitou sua extradição por acusações de sequestro e tortura durante o regime Pinochet
As autoridades australianas anunciaram nesta quarta-feira a detenção de uma babá que mora há mais de três décadas no país, depois que o Chile solicitou sua extradição por acusações de sequestro e tortura durante o regime Pinochet. Adriana Rivas, que tem mais de 60 anos e foi secretária do ex-comandante da polícia política da ditadura de Augusto Pinochet, o falecido Manuel Contreras, foi detida na terça-feira, de acordo com um porta-voz da Procuradoria Geral da Austrália.Ela é solicitada para "enfrentar processo na República do Chile por crimes de sequestro com agravante", afirmou a mesma fonte.Em 2014, a justiça chilena solicitou a extradição de Rivas no âmbito de um processo que atribui à ex-secretária responsabilidade como autora do sequestro de Víctor Lopez, secretário-geral do Partido Comunista e desparecido em 1977 ao lado de outros seis membros da formação.Rivas fez parte da temida DINA (Diretoria de Inteligência Nacional), organismo dirigido por Contreras ao qual se atribui a maioria das mais de 3.200 mortes e desaparecimentos registrados na ditadura de Pinochet (1973-1990), que torturou mais de 38.000 pessoas.Em uma entrevista em 2013 ao canal australiano SBS, Adriana Rivas afirmou que era inocente, mas defendeu o uso da tortura no Chile naquela época. "Eles tinham que quebrar as pessoas, aconteceu em todo o mundo, não apenas no Chile", disse. De acordo com pesquisadores da Universidade Diego Portales do Chile, mais de 3.000 opositores ao regime e supostos colaboradores foram assassinados ou desapareceram durante o governo de Pinochet.Adriana Rivas foi detida em 2007 durante uma de suas visitas ao Chile, mas fugiu para a Austrália em 2010 quando estava em liberdade condicional.ddc/arb/tom/al/fp