Universidade de São Paulo

Ato na USP exalta o estado de direito e Planalto decide minimizar manifestações

Para reitor da universidade, iniciativa inibe tentativa de tirar o país do rumo

Estadão Conteúdo
12/08/2022 às 08:53.
Atualizado em 12/08/2022 às 08:53
Para reitor da universidade, iniciativa inibe tentativa de tirar o país do rumo (Fernando Bizerra/EFE)

Para reitor da universidade, iniciativa inibe tentativa de tirar o país do rumo (Fernando Bizerra/EFE)

O reitor da Universidade de São Paulo, Carlos Gilberto Carlotti Junior, afirmou que o ato pela democracia, realizado na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo, foi uma demonstração que inibe qualquer tentativa de tirar o rumo do País da democracia e processo eleitoral.

"Espero que o próximo 7 de setembro seja lembrado pela (re)inauguração do Museu Paulista (do Ipiranga) e que neste dia possamos repensar o Brasil nos próximos 200 anos e no que precisaremos melhorar", disse Carlotti Junior, após a leitura da carta Em defesa da democracia e da justiça , articulada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). "Ato de hoje inibe tirar democracia e eleições do rumo".

O diretor da faculdade de direito da USP, Celso Campilongo, afirmou que a grande adesão ao movimento em prol da democracia indica que o sistema eleitoral e o povo brasileiro são os grandes vencedores das eleições deste ano. Campilongo classificou o ato como "tranquilo, "sereno" e "uma festa pela democracia".

O primeiro ato teve a leitura, no final da manhã, do manifesto organizado pela Fiesp e apoiado por 107 entidades da sociedade civil e empresariais de diversos setores. A leitura da Carta às Brasileiras e aos Brasileiros - Estado Democrático de Direito Sempre começou a ser lida pouco depois das 12h por quatro pessoas. A carta conta com aproximadamente 900 mil assinaturas. Além de juristas e advogados, empresários e artistas participam dos atos na USP. 

Reação

O governo Jair Bolsonaro e a campanha à reeleição do presidente buscaram minimizar os atos em defesa da democracia pelo país. O presidente, ministros e coordenadores de campanha traçaram a estratégia de colar a iniciativa à oposição e trataram o ato realizado na Faculdade de Direito da USP como algo menor. Bolsonaro optou no início do dia por ignorar o tema em público, depois de dizer que não assinaria a "cartinha".

Nos bastidores, porém, ministros do Palácio do Planalto admitiram desconforto com os atos e já vinham reclamando que todos se identificavam como democratas e que nenhuma ruptura seria positiva para o país. A iniciativa apoiada pelo empresariado, com entrada da FEBRABAN e da Fiesp na articulação de uma carta com 107 adesões, foi a que mais incomodou o Planalto.

Apesar da presença de atores políticos e sociais de todo o espectro ideológico, a avaliação interna do comitê bolsonarista é que as manifestações não vão impactar a decisão de voto e devem ser tratadas como protesto restrito a opositores e, de forma disfarçada, em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT. Os gritos de "fora, Bolsonaro", em São Paulo, deram munição à resposta governista.

Como reação, os bolsonaristas procuraram maneiras de se pronunciar divulgando uma pauta positiva para o governo e opondo os atos em favor da democracia e respeito ao sistema eleitoral eletrônico, que Bolsonaro tenta desacreditar, a medidas de impacto direto no bolso dos eleitores.

"Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel", escreveu o presidente nas redes sociais, após meses de alta nos combustíveis, que elevaram a inflação. 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por