INTERNACIONAL

Atentado suicida mata 18 em enterro no Afeganistão

Pelo menos 18 pessoas morreram, e 13 ficaram feridas em um enterro no leste do Afeganistão neste domingo (31), vítimas de um atentado suicida com explosivos - anunciaram autoridades locais

Estadão Conteúdo
31/12/2017 às 12:20.
Atualizado em 22/04/2022 às 11:18

Pelo menos 18 pessoas morreram, e 13 ficaram feridas em um enterro no leste do Afeganistão neste domingo (31), vítimas de um atentado suicida com explosivos - anunciaram autoridades locais."Todas as vítimas são civis", informou Attullah Khogyani, porta-voz do governador de Nangarhar, onde aconteceu o ataque, por volta das 13h30 (7h, no horário de Brasília)."O agressor se detonou durante o funeral de um ex-governador do distrito de Haska Mina, morto recentemente por causas naturais", declarou o gabinete do governador provincial de Nangarhar, em um comunicado.Imagens on-line mostravam corpos em poças de sangue e uma negra coluna de fumaça podia ser vista.As pessoas presentes no enterro, idosos em sua maioria, fugiram em pânico do local.Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do ataque, que acontece dias depois do atentado a um centro cultural xiita de Cabul, em 28 de dezembro, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI). O saldo foi de 41 mortos e mais de 80 feridos.No Natal, o EI também se responsabilizou por outro ataque, desta vez contra um complexo da agência de Inteligência afegã na capital do país, Cabul. Seis civis morreram.O Estado Islâmico tem uma forte presença na província de Nangahar, situada no leste do Afeganistão e fronteiriça com o Paquistão. O grupo chegou ao Afeganistão em 2015.Embora grande parte dos ataques no país continue sendo obra dos talibãs, os extremistas do EI aumentaram sua atividade no último mês.Assim, enquanto o EI multiplica os atentados no Afeganistão, os talibãs aumentam seus ataques contra as forças de segurança.Enfraquecidas por deserções e pela corrupção, as forças de segurança afegãs perdem milhares de homens todos os anos, em especial desde 2014, quando a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos se retirou do país.Em 2016, cerca de 6.800 soldados e policiais morreram, um aumento de 35% em relação ao ano anterior, de acordo com a Sigar, uma agência militar dos EUA.Os rebeldes também têm tirado proveito de brigas internas, agentes infiltrados e equipamentos militares vendidos por soldados corruptos.O ano de 2017 foi particularmente letal para os civis afegãos e deixou um dos piores balanços de vítimas desde a queda dos talibãs, em 2001, quando desembarcaram as tropas da coalizão internacional.Mais de 8.000 civis morreram, ou ficaram feridos no conflito nos primeiros nove meses de 2017, segundo a missão da ONU no país (Manua).As 11.418 vítimas - incluindo cerca de 4.500 mortos - registradas em 2016 já era um recorde desde que a ONU começou a contar as perdas civis em 2009.str-us-amj/qan/ra/sgf/tt

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