Cresce a pressão internacional diante da crise humanitária e dos relatos de colapso nos hospitais; em Israel, manifestantes pedem fim da guerra e acordo com o Hamas.
(Reprodução)
Ataques israelenses ocorridos neste domingo e na noite de sábado mataram pelo menos 14 palestinos na Faixa de Gaza, incluindo uma mãe e seus dois filhos que estavam dentro de uma tenda que foi atingida, disseram autoridades de saúde locais.
Israel encerrou um cessar-fogo e renovou sua ofensiva em março, prometendo destruir o Hamas e devolver os 58 reféns que ainda mantém do ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Israel também bloqueou a importação de alimentos, medicamentos e combustível por dois meses e meio, antes de liberar a entrada de ajuda na semana passada.
Israel diz que planeja tomar o controle total de Gaza e facilitar o que chama de migração voluntária de grande parte de sua população de 2 milhões de palestinos, um plano que foi rejeitado pelos palestinos e por grande parte da comunidade internacional, e que, segundo especialistas, provavelmente violaria o direito internacional.
CRISE HUMANITÁRIA E COLAPSO HOSPITALAR
Em entrevista à emissora britânica SkyNews, a médica Victoria Rose, que atua no hospital Nasser, em Gaza, relatou uma “crise humanitária profunda”. Segundo ela, desde o dia 2 de março nenhuma ajuda médica chegou à unidade de saúde — que, hoje, é a única funcionando na região sul do território.
"Estamos tratando principalmente de ferimentos por bombas. Muitas crianças com queimaduras graves, amputações. É uma realidade desesperadora", relatou a médica. Ela ainda alertou para o risco de evacuação do hospital: "Se formos forçados a sair, não há outro lugar para onde levar os pacientes."
PRESSÃO INTERNA EM ISRAEL
Enquanto o governo israelense mantém sua estratégia militar e expressa a intenção de assumir o controle total de Gaza, cresce o descontentamento interno. Nos arredores de Sderot, cidade próxima à fronteira com Gaza, centenas de manifestantes protestaram neste fim de semana contra a continuidade da guerra e contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
O grupo exigia a libertação imediata dos 58 reféns ainda mantidos pelo Hamas desde o ataque de 7 de outubro de 2023 — episódio que desencadeou o conflito atual. Os manifestantes também cobraram um acordo direto com o grupo palestino. A marcha em direção à fronteira, no entanto, foi impedida pela polícia israelense.
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