INTERNACIONAL

Ataques do governo contra extremistas matam 13 civis na Síria

Os últimos ataques de uma onda de bombardeios sem precedentes do governo sírio no bastião extremista no noroeste do país mataram pelo menos 13 civis - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH)

AFP
29/05/2019 às 10:10.
Atualizado em 03/04/2022 às 09:39

Os últimos ataques de uma onda de bombardeios sem precedentes do governo sírio no bastião extremista no noroeste do país mataram pelo menos 13 civis - informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).Ataques aéreos, alguns com bombas de barril e fogo de artilharia - tanto por parte de forças do governo quanto russas - deixaram dezenas de civis mortos nas últimas semanas.A violência, que pôs fim a uma frágil trégua entre Moscou e Ancara em setembro, provocou o deslocamento em massa das populações locais e levou a Síria à beira da pior catástrofe humanitária em oito anos de conflito.Na terça-feira, os Estados Unidos e a ONU exigiram o fim dos bombardeios, que apenas nesse dia deixaram 27 civis mortos.Hoje, porém, os ataques aéreos continuaram.Sete civis morreram por ataques na localidade de Sarja, que se encontra na primeira linha que separa os territórios controlados pelos jihadistas de Hayat Tahrir al-Cham (HTS, ex-braço sírio da Al-Qaeda) das zonas governamentais vizinhas, segundo o OSDH.Outras quatro pessoas, um pai e seus três filhos, morreram no povoado de Bara, de acordo com a mesma fonte.Os outros mortos foram registrados na cidade de Hbeit, em Idlib."Os bombardeios do regime e da Rússia continuam com intensidade em várias regiões. Os ataques russos se concentram na cidade de Khan Shaykhun e seus arredores", afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.A agência estatal de notícias síria Sana informou que uma mulher foi morta por disparos de jihadistas na província de Hama, vizinha de Idlib.- "Não pouparemos esforços" -Grande parte de Idlib e setores nas províncias vizinhas de Hama, Aleppo e Latákia estão nas mãos do HTS.As forças fiéis ao governo Bashar Al-Assad controlam uma parte do sudeste e outra do leste de Idlib.Desde o final de abril, por meio de ataques aéreos, mas também de combates em terra, conseguiram recuperar várias cidades no sul desta província e no norte de Hama.Os analistas pensam que o governo de Assad e seus aliados continuarão bombardeando sem pausa essa área. Não lançarão um assalto por terra, porém, porque isso criaria um caos às portas da Turquia.Ontem, o enviado da Síria na ONU, Bashar Jaafari, disse que Damasco "não poupará esforços" para libertar a população de Iblid do controle jihadista, segundo declarações divulgadas por Sana.Já a responsável pelo Departamento de Assuntos Humanitários da ONU, Ursula Mueller, afirmou no Conselho de Segurança das Nações Unidas que cerca de 270.000 pessoas fugiram dos combates em Idlib desde o final de abril.O número de civis mortos passa de 270, segundo o OSDH.Em alguns vilarejos, escavadoras abriram novos túmulos, e os civis enterraram seus mortos ao anoitecer para evitar serem vítimas de novos ataques.Na Síria, a guerra iniciada em 2011 deixou mais de 370.000 mortos e levou ao deslocamento de milhões de pessoas.tgg/bek/vl/mar/zm/tt

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