VIOLÊNCIA

Ataque contra escola da Nigéria deixa 42 mortos

Um moradorda região onde ocorreu o ataque confirmou o balanço do ataque, atribuído ao grupo Boko Haram

France Press
06/07/2013 às 11:22.
Atualizado em 25/04/2022 às 09:28

Quarenta e duas pessoas, em sua maioria estudantes, morreram em um ataque contra uma escola secundária no estado de Yobe, no nordeste da Nigéria, cometido por homens armados, supostamente do movimento islamita Boko Haram, informou neste sábado uma fonte médica."Durante a noite recebemos os cadáveres de 42 alunos e funcionários do estabelecimento público de ensino secundário Mamudo. Alguns tinham ferimentos causados por bala e muitos tinham marcas de queimaduras", declarou à AFP Haliru Aliyu, do hospital geral da cidade de Potsikum (nordeste). Um morador confirmou o balanço do ataque, atribuído ao grupo Boko Haram.

Mamudo encontra-se a 5 km de Potiskum, o centro comercial do Estado de Yobe, que nos últimos tempos foi alvo dos insurgentes do Boko Haram.

"De acordo com os relatos dos professores e de outros estudantes que escaparam do ataque, os homens armados reuniram suas vítimas em um dormitório e lançaram explosivos e abriram fogo contra eles, deixando 42 mortos", afirmou Aliyu.

Ele contou que funcionários da polícia vasculharam os arbustos ao redor da escola em busca de alunos feridos que conseguiram fugir do ataque.

"Até agora seis estudantes foram encontrados e estão recebendo tratamento para os ferimentos de bala no hospital", acrescentou.

Um morador, que pediu o anonimato, confirmou que a autoria do ataque é atribuída ao Boko Haram, organização fundamentalista islâmica.

"Foi uma carnificina. As pessoas que vieram ao hospital e olharam os corpos se emocionaram muito. Havia 42 corpos, a maior parte deles de alunos. Alguns cadáveres estavam em estado lamentável, queimados, com marcas de balas", disse o homem.

Ele explicou que o ataque teria sido feito pelo Boko Haram em represália pela perda de 22 de seus membros durante uma operação militar realizada na última quinta-feira na cidade de Dogon Kuka.

Um oficial da polícia afirmou que os homens armados começaram a "atirar esporadicamente antes de abrir fogo contra o dormitório dos alunos".

Ele disse ainda que os estudantes estavam dormindo quando os atiradores entraram na escola.

Segundo moradores locais, o ataque semeou o pânico entre os alunos, que deixaram as escolas e voltaram para suas casas. As escolas estatais continuam a funcionar.

A região do incidente é isolada do restante do país. O acesso ao nordeste da Nigéria está restrito desde o início da ofensiva militar contra os islamitas do Boko Haram, em 15 de maio.

As redes de telefonia móvel foram cortadas na maior parte da região. Os moradores da cidade de Potsikum e de seus arredores precisam ir para Dagauda, perto do estado de Bauchi, para poder fazer ligações telefônicas.

O exército nigeriano trava uma grande ofensiva contra o grupo Boko Haram em três estados do nordeste do país -- Borno, Yobe e Adamawa -- onde uma situação de estado de exceção foi decretada.

O Boko Haram -- cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado" -- já foi responsabilizado pela autoria de diversos ataques contra escolas do nordeste da Nigéria.

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