PARALISAÇÃO

Argentina inicia greve de 24 horas contra impostos

A paralisação de 24 horas foi convocada para pedir a redução ou a eliminação de um imposto aplicado sobre os salários e servirá para medir forças antes do início das negociações salariais

France Press
31/03/2015 às 08:27.
Atualizado em 23/04/2022 às 18:37
Presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, discursa no palácio presidencial Casa Rosada, em Buenos Aires (AFP)

Presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, discursa no palácio presidencial Casa Rosada, em Buenos Aires (AFP)

A capital da Argentina amanheceu nesta terça-feira (31) com os transportes públicos totalmente paralisados, sem atividade aérea ou portuária, e com bloqueios nas estradas nos principais acessos a Buenos Aires por uma greve de 24 horas que exige a redução de um imposto sobre os salários.Esta é a quarta medida deste tipo durante o governo da presidente Cristina Kirchner, que assumiu o poder em 2007 e encerra o segundo mandato no fim do ano.Apenas automóveis circulam por Buenos Aires desde o início, meia-noite, do protesto de motoristas e sindicatos de oposição, o que afeta ônibus de passageiros urbanos e de longa distância, o metrô da capital e as ferrovias.A estação terminal 'Constitución', por onde passam diariamente centenas de milhares de passageiros procedentes da periferia sul, estava fechada nesta terça-feira e sem qualquer movimento.Partidos e grupos de esquerda, que se uniram à greve mas tem objetivos diferentes dos sindicatos, bloqueiam com piquetes em diferentes pontos os principais acessos da periferia a Buenos Aires."Quase 95% da população teria trabalhado, mas não podem porque não tem como viajar", lamentou o chefe de Gabinete do governo, Aníbal Fernández, em declarações à imprensa.Um rastro de lixo na cidade evidencia a falta de coleta por causa da greve dos caminhoneiros, que também suspendeu a entrega de combustível e mercadorias em todo o país. A paralisação também afeta os setores médico, bancário e gastronômico, entre outros.Os sindicatos não aceitam o imposto sobre lucros que taxa os salários em escala progressiva, mas que afeta um universo cada vez maior de trabalhadores sem mudanças nas escalas mínimas.Segundo o ministro da Economia, Axel Kicillof, a taxação não será alterada porque "afeta a minoria que mais ganha", 850.000 trabalhadores de um grupo de 11 milhões de trabalhadores, segundo estimativas oficiais.O imposto é aplicado sobre salários a partir de 15.000 pesos (1.700 dólares) em escalas progressivas que chegam a 35%.

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