TERROR NO QUÊNIA

Ao menos 147 mortos no ataque contra universidade

As vítimas, em sua maioria estudantes, foram mortas nesta quinta-feira no ataque realizado por islamitas shebab contra a Universidade de Garissa, no leste do Quênia

Da France Press
02/04/2015 às 09:51.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:39

Pelo menos 147 pessoas, em sua maioria estudantes, foram mortos nesta quinta-feira no ataque realizado por islamitas shebab contra a Universidade de Garissa, no leste do Quênia, de acordo com um novo balanço fornecido pelo Centro Nacional de Gestão de Desastres (NDOC).A operação conduzida pelas forças de segurança quenianas para recuperar o controle da Universidade, invadida de madrugada, está "terminada (e) os quatro terroristas foram mortos", indicou o NDOC, quase 16 horas após o início do ataque nessa cidade localizada a 150 km da fronteira com a Somália. Reféns Os islamitas, vinculados à Al-Qaeda, afirmaram manter estudantes cristãos como reféns na Universidade de Garissa, sem revelar a quantidade exata.Os insurgentes afirmaram que separaram os muçulmanos e permitiram que deixassem o local.Um porta-voz dos shebab, Sheikh Ali Mohamud Rage, reivindicou o ataque em uma ligação telefônica à AFP e afirmou que a ação é uma vingança contra a intervenção de tropas do Quênia na Somália."O Quênia está em guerra com a Somália (...) nosso povo continua lá, eles estão lutando e sua missão é matar os que são contrários aos shebab", disse.Uma fonte policial que pediu anonimato divulgou o balanço de 15 mortos, número que coincide com o anunciado pela imprensa queniana. O ministério do Interior informou que um suspeito de participação no ataque foi detido durante uma tentativa de fuga.Os criminosos entraram às 5h30 (23h30 de Brasília, quarta-feira) no campus da Universidade de Garissa, onde estudam centenas de jovens. Eles abriram fogo contra dois guardas na entrada principal.Uma vez dentro do centro universitário, atiraram de maneira indiscriminada e depois entraram em vários edifícios.A Cruz Vermelha queniana informou em um comunicado a existência de "um número desconhecido de estudantes reféns". Também indicou que 50 alunos foram libertados, sem explicar as circunstâncias.O porta-voz shebab explicou que depois de entrar no local, os islamitas "soltaram alguns, os muçulmanos, e eles alertaram o governo". "Os outros são reféns", disse, antes de destacar que são cristãos.Ao meio-dia, as forças de segurança prosseguiam com a operação contra os criminosos, anunciou o chefe de polícia do Quênia, Joseph Boinnet, sem revelar detalhes.A Cruz Vermelha informou que 30 feridos foram internados em um hospital, quatro deles em estado crítico, que foram levados de avião para a capital Nairóbi, que fica a 350 km. As vítimas foram atingidas por tiros.Criminosos entrincheiradosO ministério do Interior anunciou no Twitter que três dos quatro edifícios da residência universitária foram esvaziados."Os criminosos estão entrincheirados em um dos edifícios e as operações continuam", informou o ministério.Em 2014, pelo menos 200 pessoas morreram e centenas ficaram feridas no Quênia em ataques reivindicados pelos shebab ou atribuídos ao grupo.As regiões do Quênia situadas na fronteira com a Somália (de 700 km), e em particular as áreas de Mandera e Wajir, assim como a de Garissa, são cenários frequentes de ataques islamitas.O ataque de maior impacto reivindicado pelos shebab somalis foi a invasão, em setembro de 2013, do shopping Westgate em Nairóbi, que terminou com 67 mortos.Também executaram uma série de ataques violentos em localidades da costa queniana em junho e julho de 2014, onde pelo menos 96 pessoas foram executadas a sangue frio.Os atentados abalaram a indústria turística. Na quarta-feira, poucas horas antes do início do ataque em Garissa, o presidente Uhuru Kenyatta afirmou que o país "é tão seguro como qualquer outro do mundo".  

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