DANO AO PATRIMÔNIO

Alunos vão responder caso tenham quebrado escola

Laudo do Instituto de Criminalística vai determinar, até a próxima quarta-feira (18), se houve, de fato, dano ao patrimônio público em invasões

Da Agência Estado
13/05/2016 às 19:14.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:37

A maioria dos estudantes que ocupavam a Escola Técnica de São Paulo (Etesp), na Avenida Tiradentes, já havia sido liberada do 3.° Distrito Policial, na região central, até o início da noite desta sexta-feira (13). Os 15 adolescentes responderão por ato infracional e, os maiores de idade, por dano ao patrimônio. Por volta da 17h30, cinco alunos ainda permaneciam no local. Os estudantes foram trazidos à delegacia por volta das 7 horas, depois de a Polícia Militar realizar a reintegração de posse sem autorização judicial. Desde então, foram liberados um a um. Os estudantes Marcos Menegari e Mateus Alexandre, ambos de 18 anos, pagaram fiança de R$ 450 cada e deixaram o local por volta das 14 horas. O valor foi obtido com doações de colegas e pais de outros alunos. Eles negam ter quebrado qualquer objeto da Etesp. "É um absurdo. Não tem nada quebrado. Claramente foi uma forma autoritária de enfraquecer o movimento dos estudantes", disse Menegari. Eles temem que danos já existentes no edifício possam ser atribuídos aos alunos. "O prédio que ocupamos já é sucateado, mas nós não quebramos nada. Pelo contrário, cuidamos, porque é patrimônio. Mas os policiais nos tiraram de lá e a perícia começou sem a presença de nenhum aluno nem advogado", reclamou Alexandre. Danos No histórico do boletim de ocorrência registrado no 23º Distrito Policial (Perdizes), para aonde foram levados outros estudantes, a Polícia Civil diz que o prédio da Diretoria de Ensino Centro-Oeste foi desocupado "com parecer favorável do procurador-geral do Estado, Elival Ramos, e foi determinada pelo então secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes". O documento afirma ainda que, após a saída dos estudantes da Diretoria, foram constatados "inúmeros danos". Segundo o delegado titular do 23.º DP, Luprécio Dimov, um laudo do Instituto de Criminalística vai determinar, até a próxima quarta-feira (18), se houve, de fato, dano ao patrimônio público. Os alunos são acusados de furto qualificado e dano ao patrimônio mas não foram presos. Eles foram qualificados e liberados por volta das 14h30. Serão feitas perícias ainda no ônibus que levou os estudantes do 23º DP e no banheiro da delegacia, que de acordo com o B.O. também podem ter sido danificados. "Os estudantes responderão em liberdade. Dependemos do laudo pericial para se constatar o dano ao patrimônio público. O diretor da escola nos adiantou que algumas peças foram furtadas, mas ele vai apresentar essa relação dos objetos. Ele sabe que houve a subtração de alguns bens. Vamos apurar nesse inquérito policial", afirmou Dimov. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o diretor de ensino regional e representante da Diretoria de Ensino Centro-Oeste, Nonato Assis de Miranda, afirmou que após a saída dos estudantes, os funcionários da Diretoria verificaram portas e vidros quebrados. Além disso, segundo Miranda, HDs de computadores teriam sumido. Um dos estudantes teve de assinar um termo circunstanciado por suposta ameaça a Miranda. "Ele me ameaçou, chamou de fascista, de rato comedor de carniça, (disse que) eu mandei a polícia bater nele, que ele gravou bem a minha face e que era para eu tomar cuidado e ficar alerta porque ele ia nos encontrar lá fora", afirmou o diretor. Dimov disse que "não cabe" a ele se manifestar sobre a reintegração de posse das escolas sem autorização judicial. "Só cumpro determinação superior". Em relação às acusações de estudantes, de que teriam sido ameaçadas de estupro por policiais no ônibus, o delegado afirmou que as estudantes podem incluir no inquérito policial. "Vamos averiguar e investigar", garantiu o delegado.

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