INTERNACIONAL

Ações da Vale despencam 24% após rompimento de barragem em Brumadinho

As ações da mineradora Vale na Bolsa de São Paulo sofreram nesta segunda-feira (28) uma queda de 24,52%, na primeira sessão desde o rompimento da barragem que causou a morte de dezenas de pessoas em Brumadinho, Minas Gerais

AFP
28/01/2019 às 19:40.
Atualizado em 05/04/2022 às 10:46

As ações da mineradora Vale na Bolsa de São Paulo sofreram nesta segunda-feira (28) uma queda de 24,52%, na primeira sessão desde o rompimento da barragem que causou a morte de dezenas de pessoas em Brumadinho, Minas Gerais. As ações da Vale em Nova York, que na sexta-feira tiveram queda de 8%, caíram quase 17% nesta segunda. A capitalização financeira da terceira maior produtora mundial de ferro caiu de 78,78 bilhões de dólares na semana passada para 59,650 bilhões, com uma perda desde a tragédia de 19,2 bilhões de dólares.A queda da Vale e de outras empresas do setor de mineração e siderúrgico puxaram para baixo o índice da Bovespa, que cedeu 2,29%.Entre as mais afetadas destaca-se a Bradespar, uma holding com participação no capital da Vale, que depreciou 25,01%. A Companhia Siderúrgica Nacional caiu 5,69%.A Vale anunciou na madrugada desta segunda a suspensão do pagamento de dividendo aos seus acionistas, entre outras medidas adotadas desde o rompimento da barragem em Brumadinho, em Minas Gerais, que até o momento deixa 60 mortos e 292 desaparecidos.Nessa reunião também decidiram suspender o programa de recompra da Vale de suas ações, bem como o pagamento de variáveis na remuneração dos executivos da empresa.A Justiça já bloqueou 11,8 bilhões de reais da mineradora para compensar prejuízos e danos ambientais, além de assegurar o pagamento de salários.Até este momento, a Vale foi sancionada com três multas por um total de 449 milhões de reais.Os compromissos da dívida por um ano se elevavam em setembro a 5,5 milhões de reais.O vice-presidente Hamilton Mourão, que está interinamente na Presidência pela intervenção cirúrgica à qual foi submetido o presidente Jair Bolsonaro, disse que o governo poderia recomendar o afastamento da atual equipe de direção da Vale."Essa questão está sendo estudada pelo grupo de crise" formado pelo governo, declarou Mourão, ao ser questionado sobre o tema.A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, encarou a possibilidade de formalizar acusações penais contra diretores da Vale."A responsabilidade civil pode ser da empresa e de dirigentes. A responsabilidade penal será principalmente de pessoas, de indivíduos, e é preciso por isso examinar qual prova temos da falha na responsabilidade de cada um para permitir esse desastre", declarou Dodge.Esta é a segunda tragédia envolvendo a mineradora em pouco mais de três anos, depois do rompimento de uma barragem em Mariana em novembro de 2015 da empresa Samarco, copropriedade da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton.O atual presidente da Vale, Fábio Schvartsman, assumiu o cargo em 2017 com o lema "Mariana, nunca mais". Um programa que ficou em um vazio com este novo desastre e que, segundo analistas, compromete a renovação de seu cargo em 2019.

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