RIBEIRÃO

Mulherada faz sucesso nos estandes da Agrishow

Trabalho garante renda extra, mas exige habilidade para fugir de cantadas dos marmanjos

Luís Fernando Manzoli
02/05/2013 às 19:56.
Atualizado em 25/04/2022 às 17:49
Damaris Santra trabalha em eventos desde os 18 anos: jogo de cintura para fugir das cantadas (Sérgio Masson/Gazeta de Ribeirão)

Damaris Santra trabalha em eventos desde os 18 anos: jogo de cintura para fugir das cantadas (Sérgio Masson/Gazeta de Ribeirão)

Os 290 expositores da Agrishow, maior feira do agronegócio do País, em Ribeirão Preto, têm uma estratégia que é quase unanimidade para atrair sua clientela, majoritariamente masculina.

A presença de mulheres, em sua maior parte modelos com experiência em eventos, não chega a ser uma novidade na feira, mas é cada vez maior – são cerca de 3 mil na edição deste ano. E é difícil de ser ignorada.

Em média, elas recebem de R$ 800 a R$ 1 mil para passar os cinco dias do evento, das 7h às 18h, recepcionando clientes, entregando brindes, atendendo possíveis compradores e, sempre, sorrindo.

Daiana Andrade, 26 anos, de Guariba, é psicóloga e atua na área, mas resolveu arrumar um tempo na sua agenda para trabalhar em um dos estandes da Agrishow. “Já tentei algumas coisas como modelo, mas sempre me disseram que não tenho altura. Aqui, deu certo. Acho que vale a pena”, disse.

O mesmo pensa a fisioterapeuta Marina Moreira, 23, de Ribeirão. Ela faz pós-graduação, mas diz que já atua como recepcionista em eventos desde os 15 anos. “Evento dá mais dinheiro. Mas prefiro investir em uma outra carreira também.”

Mas a feira também atrai modelos que levam a atividade além de um “bico”. Damaris Santra (foto), 26, por exemplo, atua em eventos desde os 18, e está na Agrishow pela segunda vez por meio de uma agência de Campinas. “Gosto bastante da Agrishow, é uma feira divertida”, afirmou.

Lílian Rufato, 26, é de Porto Alegre (RS) e também está na Agrishow, pela quarta vez, por intermédio de uma agência de modelos. Nesta edição da feira, já trabalhou em dois estandes diferentes. “Acontece, precisei substituir uma menina. A Agrishow é diferente de outras feiras porque é a céu aberto, e o público acaba se sentindo mais próximo.”

Confusão

Com tanta beleza e simpatia de um lado, e tantos homens (e dinheiro) do outro, algumas confusões costumam acontecer na relação entre clientes e recepcionistas. A mais comum é achar que as meninas são garotas de programa.

“Alguns homens já me abordaram de forma bem direta, dizendo que queria sair comigo à noite e perguntando quanto eu cobrava”, disse Marina Moreira. E para sair da saia-justa? “A gente dá uma risadinha, diz que não faz esse tipo de trabalho. Mas tem que ser educada, porque não pode ofender o cliente”, afirmou Damaris.

Para Anna Carolina Faria, 23, de Ribeirão, o que influencia muito é o tipo de roupa usada na recepção. “Eu fiz uma exigência no contrato para não usar nada muito vulgar. Dependendo da roupa, o cliente confunde mesmo”, disse. O máximo que ela já ouviu foram elogios como “que trator bonito!” ou um direto “parabéns”.

“Na nossa frente, quase sempre é com bom humor. Mas teve gente que já perguntou para meu supervisor quanto eu cobrava para fazer um programa”, disse Lílian Rufato (foto).

Jéssica Morais, 23, de Franca, conta que muitos clientes pedem para tirar fotos com ela – e aproveitam para tirar uma casquinha. “Apertam, passam a mão. Teve um que pediu meu telefone porque disse que tinha um trabalho para mim, mas fica ligando dizendo que quer sair comigo.” 

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