Muito obrigado pela companhia

A coluna de hoje é um agradecimento a você, leitor, que de vez em quando passa os olhos nas linhas que escrevo diariamente sobre os mais diversos assuntos relacionados ao esporte. Hoje completo 30 anos de profissão, quase todos dedicados à agradável obrigação de escrever sobre uma paixão que me encanta desde a infância. No dia 4 de abril de 1988 fui contratado para trabalhar como revisor do Diário do Povo, na época concorrente do Correio Popular. Depois de 23 meses de muito aprendizado, fui para a redação, mais precisamente para a editoria de esportes, com a qual já havia colaborado de forma esporádica. Ser repórter esportivo na cidade em que nasci era um objetivo quando entrei na faculdade. Objetivo que, imaginava, nunca iria alcançar. Mas um ano antes de me formar já estava na redação, trabalhando em frente a uma... máquina de escrever. É, as coisas mudaram e mudaram muito nesses 30 anos. Não só na troca de laudas por telas de alta definição, mas também na forma de entrevistar jogadores. As entrevistas coletivas, hoje diárias, eram raras, destinadas apenas ao anúncio de uma ou outra grande novidade. O acesso dos jornalistas aos personagens era muito mais fácil, o que permitia a produção de matérias exclusivas e de mais qualidade. O primeiro jogador que entrevistei foi Charles, volante que jogou nos dois times de Campinas e no Flamengo. A conversa foi por telefone e ele estava no hospital, se recuperando de uma cirurgia. Algo inimaginável nos dias de hoje. Depois de alguns anos de reportagem, passei para a edição, outra meta pessoal. E não era apenas pelo crescimento profissional. Tímido, sempre preferi a redação do que a rua. Como editor, participei da cobertura de duas Copas do Mundo e isso não era uma meta e nem mesmo um sonho. Como editor, contei histórias de dois projetos de Campinas que envolvem esporte, inclusão social, dedicação e muito amor. Recebi dois prêmios da Feac pelas reportagens, mas quem merece todo reconhecimento são os profissionais da Orcampi e do Tênis para Todos. Fiz um resumo desses 30 anos para chegar ao agradecimento em si. De tudo que fiz durante a carreira, poucas coisas me deram tanto prazer como conversar com você, leitor. Escolher o assunto, buscar informações e encaixar as palavras de modo que a leitura seja a mais agradável e interessante possível é a melhor parte do meu trabalho. Obrigado pela companhia.