Coluna publicada na edição de 24/11/17 do Correio Popular
Terceiro artilheiro da Ponte Preta no Brasileirão, Emerson Sheik foi a maior contratação do clube para a temporada. Seu talento é indiscutível e basta vê-lo em ação para constatar que é o jogador de mais qualidade técnica no elenco. O jeito como domina a bola e a qualidade do passe não deixam dúvidas. Mesmo com 39 anos, Emerson Sheik tem muita qualidade para acrescentar a um elenco como o da Macaca. Ainda assim, ao final de sua passagem pelo Moisés Lucarelli, podemos concluir que Sheik foi uma contratação que não deu certo. E não me refiro apenas a sua ausência nas últimas partidas. Ele sente dores e não tem jogado, mas tenho a sensação de que Eduardo Baptista não tem, já há alguns dias, a menor vontade de contar com ele. Contusões fazem parte do esporte e é claro que um jogador de 39 anos está mais sujeito a elas. Cajá é seis anos mais novo e mesmo assim também passou muito tempo no departamento médico. Mas a prova definitiva que Sheik não deu certo é sua postura em relação ao dramático momento que o clube vive no Brasileirão. Ainda que não tenha condições de jogo por problemas físicos, Sheik não assumiu seu papel de líder. Por tudo que conquistou na carreira — é tricampeão brasileiro, por três clubes diferentes —, ele é uma referência no elenco. Deveria usar em benefício da Ponte Preta todas as suas qualidades dentro e fora de campo. Se não pode jogar, deveria pelo menos viajar com a equipe nos compromissos mais importantes. Nos jogos em Campinas, deveria estar sempre presente. Se não no banco, mas ao menos na preleção e no vestiário. Mas nada disso acontece. Minha sensação é de que a comissão técnica está profundamente decepcionada com a falta de comprometimento de Sheik. E esse desinteresse é claro. Mesmo sem ter jogado muitas partidas, Emerson fez quatro gols no Brasileirão. De todo elenco, só Lucca e Danilo marcaram mais. A contribuição técnica poderia ter sido muito maior se Emerson tivesse se entregado totalmente ao clube que o contratou. A diretoria fez um esforço financeiro para que Sheik fosse “o cara” da Macaca no Brasileirão. Não foi. E isso tem muito a ver com seu pouco interesse com os objetivos do clube. Emerson Sheik deveria estar ao lado de seus companheiros nos treinos que antecedem a decisão contra o Vitória. Deveria estar se empenhando para ter condições de jogo até domingo. Sua ausência deveria estar sendo muito sentida por Eduardo Baptista. Nada disso acontece. Sheik foi uma contratação que não deu certo.