Coluna publicada na edição de 27/8/19 do Correio Popular
Os últimos dias foram agitados nos dois clubes de Campinas. Além dos resultados ruins pela 18ª rodada da Série B, Ponte Preta e Guarani tiveram mudanças importantes. Na manhã de domingo, a Macaca anunciou a demissão do técnico Jorginho. Ontem, já definiu a contratação do novo comandante, embora não tenha anunciado seu nome até o fechamento desta edição. Nos bastidores, a volta de Gilson Kleina foi dada como certa. No Brinco de Ouro, a semana começou com o esperado afastamento de Palmeron Mendes Filho da presidência. Agora sob a liderança de Ricardo Moisés, o clube começa a lutar por uma reação que a cada rodada parece mais e mais impossível. Isso será assunto para a próxima coluna, na quinta-feira. Pela forma como ocorreu a demissão de Jorginho — o treinador ficou muito irritado não apenas pela decisão, mas pelo modo como ocorreu seu desligamento —, fica claro que a diretoria já pensava na mudança. A perda de cinco pontos no Majestoso em dois confrontos diretos foi o pretexto ideal. Afinal, o time está a apenas três pontos da zona de acesso. Poderia ser melhor, sem dúvida, mas não me parece um desempenho que justifique uma troca. É natural que o torcedor, irritado com a derrota para o CRB e com o dramático empate com o Sport, fique satisfeito com a mudança. A torcida tem um olhar apaixonado e pensa apenas no resultado imediato. A diretoria tem que levar outros fatores em consideração. Um deles é o financeiro. Ao romper o contrato com Jorginho, o clube assume o pagamento de uma rescisão. Não sabemos quando e como isso vai ocorrer, mas é certo que a Ponte terá que pagar. Além disso, assume o alto salário de um treinador do nível de Gílson Kleina. Para um clube financeiramente saudável, é uma decisão aceitável. Mas para quem passou os últimos meses fazendo seguidos cortes na folha de pagamento a troca não parece responsável. É evidente que a diretoria espera uma arrancada como a que Kleina obteve no ano passado. O treinador fechou a Série B com sete vitórias e dois empates. O acesso não veio por um pontinho. Mas se a Ponte acha que vale a pena, em um momento delicado, ter esse gasto extra com um treinador capaz de levá-la ao Brasileirão, por que não renovou o contrato do próprio Kleina ao final da temporada anterior? De qualquer forma, a decisão está tomada. Resta torcer para que Gilson Kleina corresponda à expectativa e melhore de forma significativa o aproveitamento da equipe, que hoje é de 50%.