EM RIBEIRÃO

Motos provocam maior parte das mortes no trânsito

Pesquisa da Fundação Seade detalha a violência nas ruas das cidades do Estado de São Paulo

Duda Pereira
24/05/2013 às 10:34.
Atualizado em 25/04/2022 às 14:57

Os acidentes com motocicletas representam 33% das mortes ocorridas no trânsito de Ribeirão Preto. Este é um dos dados apresentados por uma pesquisa da Fundação Seade divulgada nesta semana, sobre a mortalidade no Estado de São Paulo.

Segundo a pesquisa, em 2011, ano do levantamento, 124 pessoas morreram na cidade em decorrência de acidentes e 40 estavam em motos. Outras 28 morreram vítimas de colisões de carros e 25 foram vítimas fatais de atropelamentos – as 31 restantes computam mortes por afogamento, transporte aéreo, bicicletas, entre outros meios.

“Pela quantidade de carros, a situação de Ribeirão e região poderia até ser pior, mas o número de óbitos, 259, não deixa de ser elevado. Observo Ribeirão, especificamente, com ritmo de cidade grande, mas com motorista de cidade pequena, que está acostumado a transitar em vias de pouco fluxo e não respeita os demais”, afirmou Luimar Heck Paes Leme, professor do Centro Moura Lacerda e especialista em trânsito.

Para ele, a quantidade de mortes em acidentes com motos pode ser considerado normal, devido à quantidade de veículos e a imprudência de todos nas vias. “O motociclista deve ter a consciência de que o seu parachoque é sua perna, não existe outra proteção. Então se deve ter mais prudência, deles e também dos motoristas de carros.”

REGIÃO ADMINISTRATIVA

As 124 vítimas fatais são quase a metade das 259 registradas na Região Administrativa de Ribeirão (que possui 25 municípios) no período. Segundo o Seade, esta RA é a sexta mais mortal entre as 14 do Estado de São Paulo. Fica atrás de Campinas (1.424 óbitos no trânsito), Sorocaba (702), São José dos Campos (446), São José do Rio Preto (446) e Santos (342).

Quando o levantamento abrange a taxa de mortalidade por acidentes a cada 100 mil habitantes, a RA de Ribeirão cai para 12º lugar, com 20,53. Em primeiro lugar está a RA de Registro, com 34,14, e em último a RA de São José dos Campos: 19,51.

Na avaliação de Paes Leme, o que falta em Ribeirão Preto e em outras cidades brasileiras é uma política específica de trânsito. “Ainda falta educação aos motoristas, melhor qualidade do pavimento das ruas e mais fiscalização do poder público. É um conjunto de medidas que devem ser tomadas frequentemente.”

O especialista acredita que a educação de motoristas, motociclistas e pedestres deve começar já nos primeiros anos de escola. “A pessoa precisa ter aula de cidadania desde pequeno, para criar a cultura do que é certo e quando for dirigir, saber exatamente o que fazer.”

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