TRANSPORTE PARADO

Motoristas não aceitam proposta e greve continua

Trabalhadores rejeitam proposta feita em reunião no TRT e mantêm paralisação; sindicato tenta colocar metade dos ônibus nas ruas

Guto Silveira
05/06/2013 às 11:56.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:23

Os usuários de transporte coletivo de Ribeirão Preto amanheceram nesta quarta-feira (5), pelo terceiro dia consecutivo, sem ônibus nas ruas, em função da greve de motoristas, iniciada na segunda-feira (3). Cerca de 100 mil pessoas dependem do transporte diariamente, em 117 linhas atendidas por 346 veículos.

Em assembleia de manhã, os trabalhadores rejeitaram uma proposta acertada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), de Campinas, em reunião realizada na tarde de terça-feira. Nova reunião já está marcada para as 14h de quinta-feira (6), também no TRT, quando um relator será sorteado para relatar o processo para julgamento.

Pela proposta, os motoristas receberiam reajuste de 9% nos salários, elevando o piso para R$ 1.535,46. O prêmio do motorista teria o mesmo percentual, chegando a R$ 293,73. O vale alimentação, com aumento de 10%, iria para R$ 470,00 e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) subiria 15%, chegando a R$ 270,00.

Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte Urbano e Suburbano de Passageiros de Ribeirão Preto, João Henrique Bueno, o principal problema é a não incorporação aos salários do prêmio, pago aos motoristas para que eles trabalhem também como cobradores. “Os motoristas querem a incorporação já”, disse Bueno.

As empresas concordaram em pagar o prêmio até a próxima data-base da categoria, mesmo que o trabalho seja extinto, como previsto, nos próximos quatro meses. “Os trabalhadores temem que com o fim do serviço seja mais difícil a incorporação na próxima negociação”, afirmou o presidente do sindicato.

O sindicato ainda tenta colocar metade dos ônibus nas ruas para cumprir determinação de liminar concedida na segunda-feira pelo desembargador Henrique Damiano, do TRT de Campinas. O descumprimento da decisão judicial implica em multa diária de R$ 10 mil para o sindicato dos trabalhadores.

A tarefa, no entanto, não é fácil. Dos presentes à assembleia, 179 votaram pela manutenção da greve, enquanto apenas 71 apoiaram a volta ao trabalho nesta quarta-feira. A contagem teve que ser feita para não pairar dúvidas sobre a decisão da categoria. A determinação já vou descumprida na terça-feira, mas o sindicato deve recorrer da aplicação da multa.

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