CAOS

Motoristas de ônibus entram em greve em Ribeirão

Negociações entre sindicato e Consórcio Pró-Urbano não evoluíram e caso será analisado no TRT, em Campinas; Prefeitura ameaça punir empresas de ônibus

Luís Augusto
03/06/2013 às 13:07.
Atualizado em 25/04/2022 às 13:42

Mais uma vez, a queda de braço entre motoristas de ônibus e o Consórcio Pró-Urbano trouxe prejuízos à população. Desde o início da madrugada desta segunda-feira (3), os motoristas cruzaram os braços e deram início à greve, que teve adesão total e nenhum veículo foi deslocado às ruas.

De acordo com a Transerp, de 80 a 100 mil pessoas utilizam diariamente os ônibus em Ribeirão Preto. “Isso é um absurdo e sempre é o povo que acaba sendo prejudicado com essas coisas. Ninguém faz nada e a gente fica aqui no ponto sem saber o que fazer”, afirmou o aposentado Antônio Cândido da Silva, 70 anos.

A falta dos ônibus ainda serviu de incentivo para o oportunismo. Moto-taxistas aproveitaram a escassez de opções no transporte público e chegaram a exigir mais que o dobro do valor normal de tarifa. “Tem moto-táxi que está cobrando de R$ 35 a R$ 40 para fazer qualquer tipo de viagem. Isso é um assalto o que estão fazendo com a gente”, disse a auxiliar de limpeza Sandra Maria de Lima, 48 anos.

Os sindicalistas prometem endurecer cada vez mais as discussões. “Os motoristas estão concentrados em frente ao sindicato. Os trabalhadores entenderam que apenas a adesão de 100% dos motoristas na paralisação é que vamos ter algum resultado”, afirmou Alcides Lopes de Souza Filho, vice-presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Urbano e Suburbano de Passageiros de Ribeirão Preto (Seeturp).

O sindicato já havia anunciado na semana passada que iria liderar a paralisação dos funcionários do transporte coletivo. Novas negociações entre as partes ocorreram nos últimos dias, mas não houve acordo. “Queremos um reajuste de 10% mais a variação da inflação, enquanto que a proposta que fizeram a nós foi de 7,16%. Se não vier uma proposta de qualidade não iremos botar os ônibus nas ruas.”

A assessoria do Consórcio Pró-Urbano informou que houve nova tentativa de negociação, mas sem sucesso. O órgão instaurou dissídio coletivo e o caso agora será analisado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas.

O consórcio aguarda por um posicionamento sobre a continuidade da greve até o final da tarde desta segunda-feira (3), porém já fez o pedido para que os motoristas voltem a trabalhar com 100% dos trabalhadores nos horários de pico e 70% no restante do dia. O Seeturp ainda não confirmou se irá atender à recomendação.

Multa

Em nota oficial, a Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto informou que pediu a intervenção das empresas permissionárias do transporte coletivo junto ao sindicato dos motoristas para que voltem imediatamente à prestação de serviços a população. “Caso contrário, a prefeitura aplicará multa do contrato vigente”, diz o texto.

O comunicado ainda esclarece que “é de responsabilidade das permissionárias intervirem juntamente aos funcionários para que a população não seja penalizada.”

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