Sequência da greve provocaria multa ao sindicato; incorporação do prêmio voltará a ser discutida
A greve dos motoristas de ônibus urbano de Ribeirão Preto foi encerrada na manhã desta sexta-feira (7) depois de quatro dias de paralisação. Nos dois primeiros dias a adesão foi de 100% da categoria, mas por força de liminar parte dos ônibus voltou a circular na quarta-feira (5) e na quinta-feira (6). Em assembleia realizada pela manhã, os motoristas aprovaram, por unanimidade a proposta que havia sido feita na terça-feira pelas empresas.
Caso não aceitassem, teriam que voltar ao trabalho da mesma forma. Isso porque em audiência realizada na tarde de quinta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Campinas, o desembargador Henrique Damiano, determinou que o Sindicato dos Empregados em Empresas de Transporte Urbano e Suburbano de Passageiros de Ribeirão Preto colocasse 100% da frota nas ruas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Segundo o presidente do Sindicato, João Henrique Bueno, a greve não tem mais razão para acontecer porque a única reivindicação dos trabalhadores ainda pendente não tem como ser concedida juridicamente. Eles queriam a incorporação do prêmio pela função de cobrador no piso da categoria, que voltará a ser discutida na data-base do ano que vem.
A reivindicação foi feita, segundo Bueno, porque a prefeita Dárcy Vera (PSD) teria dito na reunião de segunda-feira (3), na Prefeitura, que os motoristas deixariam de exercer a função em 120 dias. Diante disso, as empresas do consórcio PróUrbano aceitou pagar o prêmio até maio do ano que vem, quando ocorrerá nova negociação.
“Mas durante a audiência no TRT, a secretária Vera Zanetti (dos Negócios Jurídicos) disse que a retirada do dinheiro dos ônibus (e da função de cobrador) está em estudos e não garantida, como disse a prefeita. Agora eu vou cobrar dela uma posição”, disse Bueno. “Não pode a prefeita afirmar uma coisa e a secretária dela dizer outra”.
Proposta
Se a função não acaba, não há porque garantir a incorporação. Pela proposta apresentada, os motoristas receberão reajuste de 9% nos salários, elevando o piso para R$ 1.535,46, com o mesmo percentual aplicado ao prêmio, que hoje é de R$ 269,00, que chegará a R$ 293,73. O vale alimentação, com aumento de 10%, irá para R$ 470,00 e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) subirá 15%, chegando a R$ 270,00.