A artista plástica Ariádine Menezes é fã da técnica japonesa kirie, uma vertente do corte em papel
Encantada com a técnica japonesa kirie, uma vertente do papercutting (corte em papel), a artista plástica Ariádine Menezes desenvolveu sua própria maneira de criar. Confeccionou inúmeras peças e 20 delas estão expostas a partir deste sábado (23) na Galeria 11.16, em Campinas. 'Papercutting: O Complexo no Simples', como foi intitulada a mostra, traz imagens inspiradas em elementos da natureza, como flores, insetos, folhas, e outras criações abstratas. Nem todas as peças são criadas e executadas da mesma maneira. Ora Ariádine faz o esboço no papel e depois recorta usando o desenho como referência, ora ela deixa apenas a mão livre no papel e recorta instintivamente. O corte é feito com estilete de precisão da marca X-Acto, cuja ponta é extremamente aguda. Segundo a artista, que já trabalhou com tesoura cirúrgica, esse material dá um diferencial importante no resultado final. “Eu consegui fazer traços mais detalhados, mais minuciosos”, explica. Quando ao papel, ela varia bastante, no entanto mantém as cores branca e preta, sem textura. “Exploro vários tipos de papéis. Na verdade, eu ainda estou em busca do papel perfeito. Como a técnica é pouco usada por aqui, fica difícil também achar material”, diz ela, citando que os japoneses utilizam um elemento com plástico na composição. Ariádine, que era fotógrafa, teve um encontro arrebatador com as artes plásticas durante viagem de três anos à Turquia e Índia, onde ficou impressionada com o perfeccionismo e a superação dos artesãos orientais. Começou a fazer colagem e, naturalmente, vieram os recortes. Quando voltou ao País, conheceu artistas que utilizavam estilete ao invés da tesoura e experimentou. No último um ano e meio, dedicou-se exclusivamente ao estilete e papel, buscando somar detalhe e complexidade em suas peças. A inspiração vem de lugares comuns do dia a dia. “Não sou eu quem criou a técnica, ela existe há muitos anos, mas eu tive que desenvolvê-la sozinha. Tem muito no Japão, mas é pouco usada no Ocidente. Não tive a oportunidade de conhecer outro artista que trabalhasse com a mesma coisa no Brasil”, diz. Até o dia 17 de janeiro, o resultado desse trabalho pode ser visto — e comprado — na galeria. Todas as obras estão enquadradas em dupla face de vidro, para que se possa ver o vazado. Os valores variam de R$ 200,00 a R$ 1 mil, dependo do tamanho e da complexidade. Serviço Exposição 'Papercutting: o Complexo no Simples', de Ariádne Menezes De segunda a sexta-feira, das 9h às 19h, e sábados, das 10h às 15h. Até 17/1 Na Galeria 11.16 (Rua Dr. Emílio Ribas, 1.058 - Cambuí) - Campinas. Telefone: (19) 3324-8188 De graça