NA JUSTIÇA

Morte na Unicamp: réus irão a júri popular

Os três acusados de matarem o estudante Denis Papa Casagrande respondem por homicídio

Inaê Miranda
24/02/2014 às 21:13.
Atualizado em 24/04/2022 às 17:00

Os três acusados de matarem o estudante Denis Papa Casagrande, de 21 anos, durante uma festa dentro do campus da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no dia 21 de setembro de 2013, irão a júri popular. Em decisão protocolada nesta segunda-feira (24), o juiz da 1ª vara do júri de Campinas, José Henrique Torres, decidiu pela pronúncia de Maria Tereza Alexandrino Peregrino, Anderson Marcelino Ferreira Mamede e André Ricardo de Souza Mota, autorizando o Ministério Público (MP) a dar prosseguimento e sustentar a acusação no plenário do tribunal do júri. Os três foram denunciados pelo MP por homicídio triplamente qualificado. No processo, Maria Tereza é apontada como autora do crime e Anderson Mamede e André Motta são partícipes do homicídio. Eles não praticaram, mas ajudaram a autora. Na decisão, o juiz considerou que havia prova de que a vítima morreu com golpe de faca, que havia a prova da materialidade do fato, além de indícios de autoria com relação à ré e de participação com relação aos réus. Diante disso, autorizou a promotoria a sustentar a acusação em plenário. Os três réus, os defensores, o promotor e o assistente de acusação serão intimados da pronúncia e a partir do momento que tomarem conhecimento da decisão terão um prazo de cinco dias para recorrer da decisão. Caso os advogados recorreram da decisão judicial, o recurso será processado e vai para o Tribunal de Justiça examinar a decisão. Se não recorrerem, o julgamento será marcado e é possível que ocorra em um prazo de 90 dias. De acordo com o Tribunal de Justiça, o juiz também prorrogou na última sexta-feira (21) a prisão preventiva de Maria Tereza e de Anderson Mamede, que expirava nesta segunda-feira (24). Os dois estão presos preventivamente desde o dia 28 de setembro do ano passado. O terceiro acusado responde ao processo em liberdade. Durante todo o processo, os advogados tentaram reforçar a tese de que o crime foi cometido em legítima defesa. O promotor público Fernando Viana afirmou que a decisão já era esperada. "O caminho natural sem dúvida era a pronúncia. Ser levado a júri para ser julgado pela sociedade e que a sociedade entenda como Ministério Público, que os réus praticaram um crime brutal, covarde, matando um inocente que não teve chance de defesa", afirmou o promotor que denunciou os três por homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima. O advogado de Maria Tereza, Rafael Augusto Pompermayer Ayres, disse que ainda não teve ciência do teor da decisão e que, portanto, não iria se pronunciar. O advogado de Anderson Mamede, Alessandro Carvalho, não foi localizado. Já o advogado de André Motta, Artur Eugênio Mathias afirmou que ainda não teve acesso à sentença, mas que se realmente houve a pronúncia do André iria recorrer. "Se houve a pronuncia do André, é óbvio que vai haver recurso dessa decisão de pronúncia porque não tem nada no processo que indique que André tenha participado de qualquer ato ilícito", afirmou. O crimeAluno do 2º ano de Mecatrônica da Unicamp, Denis Papa Casagrande levou uma facada e foi espancado durante uma festa clandestina dentro do campus da universidade, em 21 de setembro por um grupo de punks. Maria Tereza Peregrino, de 20 anos, que admitiu ter dado a facada, seu namorado, Anderson Mamede, de 20 anos, e André Motta, de 22 anos, foram denunciados por homicídio triplamente qualificado no mês de outubro. Maria Tereza alegou legítima defesa. Segundo sua versão, a vítima a teria assediado em um local que era usado como banheiro.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Correio Popular© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por