PIRACICABA

Morre o professor e engenheiro Caetano Ripoli

Engenheiro e professor da Esalq, ele foi sepultado na segunda-feira (25), no Cemitério da Saudade

Ig Paulista
igpaulista@rac.com.br
26/02/2013 às 10:49.
Atualizado em 26/04/2022 às 03:17

Caetano Ripoli era apaixonado pela profissão, por política e fotografia (Divulgação)

Mestre, idealizador, empreendedor, amigo e bom pai. Estas foram algumas das declarações e homenagens prestadas por familiares e amigos ao engenheiro agrônomo e professor da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) Tomaz Caetano Carnnavam Ripoli, que faleceu no último domingo, às 13h30, vítima de câncer. Ele foi enterrado ontem, no Cemitério da Saudade, em Piracicaba. Ripoli era articulista da Gazeta de Piracicaba, casado e deixa dois filhos e um neto.

Visivelmente emocionados, os filhos Bianca, 34 anos e Marco Ripoli, 38, disseram que o pai foi um homem admirável. "Foi o melhor pai que eu podia ter desejado. Tenho muito orgulho dele", disse Bianca. Segundo Marco, Caetano sempre teve uma posição reativa diante das coisas, por isso, era considerado polêmico por muitos. "Mas ele sempre buscava o lado bom das coisas, pensando no bem das situações. Foi um grande pai, orientador. Um guia para toda nossa família".

De acordo com o professor da Esalq, Godofredo Vitti, o amigo e companheiro de jornada foi um visionário da cultura da cana-de-açúcar na cidade, pois foi ele quem trouxe o processo mecanizado. "Ele abriu esse campo em Piracicaba e projetou o nome da Esalq no exterior por meio dos estágios. É um orgulho e exemplo para todos nós porque morreu trabalhando". Vitti destaca também o trabalho amador de Rípoli na fotografia destacando que o amigo era um excelente fotógrafo.

Para Evandro dos Santos e Paulo de Tarso Neves, que foram os dois últimos alunos de pós-graduação orientados por Ripoli, além de um exemplar professor e orientador, ele era um excelente amigo. "Foi como um pai para cada um de nós, pois gostava de dividir os ensinamentos dele com todos".

"Nasci em Piracicaba e sou caipiracicabano com muito orgulho, não só piracicabano, sou caipiracicabano. Às vezes, eu solto um pouquinho uma palavra meio uorrrr, né? Quando falam disso, eu digo: meu filho, isso é personalidade, dialeto próprio, Piracicaba é uma cidade de dialeto próprio". Essa foi uma das declarações de Ripoli em outubro de 2012, data em que foi entrevistado pelos jornalistas da Assessoria de Comunicação (ACOM) da Esalq. Na época, ele se preparava para lançar seu livro de fotografias da Esalq (Cantos & Recantos), feito em parceria com a filha, a publicitária Bianca Ripoli Lara. O lançamento foi em novembro do ano passado.

Em homenagem ao docente, o diretor da Esalq, José Vicente Caixeta Filho, decretou luto oficial por três dias. Ripoli formou-se engenheiro agrônomo pela Esalq em 1970. Era apaixonado pela profissão, por política e por fotografia.

Desde 1968, então aluno do terceiro ano do curso de engenharia agronômica, frequentava o subsolo do Edifício Central, onde havia um laboratório de fotografia em preto e branco e foi lá que se apaixonou pela arte. Em 1982, começou a lecionar na Esalq e, desde então, acumulou uma coleção de 20 mil imagens realizadas tanto no local quanto em viagens pelo País e no exterior.

A partir de 1968 começou a divulgar as atividades do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz (CALQ) no Dário de Piracicaba. A aproximação com o jornalismo e com a vida esportiva piracicabana ocorreu por legado do pai, Romeu Ítalo Ripoli, figura expressiva na cidade tendo inclusive presidido o XV de Novembro de Piracicaba. No mesmo período em que concedeu entrevista à ACOM, Ripoli finalizou seu depoimento dizendo: "Não é porque somos pesquisadores, professores, que temos que manter a rigidez acadêmica. A gente tem que dar vazão também para a arte, para o sentimento e para a emoção".

PAI DE CAETANO

O professor Caetano Ripoli era filho do popular e folclórico Romeu Ítalo Rípoli (1916-1983), presidente do XV de Piracicaba em duas oportunidades sendo que a primeira entre 1959 e 1966 e a segunda entre 1973 e 1983.

Ripoli também era engenheiro agrônomo formado na Esalq, mas ainda atuou no ramo imobiliário na década de 50 e foi vereador na cidade em quatro mandatos, sendo que o último entre 1968 e 1972.

Mas sua paixão era o XV. Pessoas daquela época contam que ele "pagava o bicho" aos jogadores ainda no vestiário, recorda-se o ex-goleiro do Nhô Quim, Hélio Sacconi, que atuou na década de 1960 na gestão Rípoli.

Nos anos 1940, Ripoli coordenou a construção das arquibancadas do estádio do XV. Outro feito de Ripoli, em 1964, foi levar o XV em uma excursão pela Europa e pela Ásia, inédito para um time do interior. Em 1976, o XV foi vice-campeão paulista em uma época quando o Estadual tinha um status bem maior do que hoje. 

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