Acompanham trio elétrico e levam faixas, que desta vez fazem alusão ao Dia da Mentira
O protesto conta com cerca de mil pessoas, segundo os organizadores (Jaqueline Harumi/ AAN )
Cerca de mil moradores da ocupação Vila Soma, em Sumaré, fizeram uma nova manifestação na tarde desta quarta-feira (1°), desta vez com o intuito de conseguir conversar com a prefeita Cristina Carrara (PSDB) para obterem a garantia de moradia antes que de desocuparem as áreas, que deveriam ter sido alvo de reintegração de posse no último dia 3, conforme acordo judicial. Em passeata, os manifestantes caminharam desde a Avenida Soma até a Prefeitura, mais uma vez com trio elétrico, bandeiras e faixas em que aproveitam o Dia da Mentira para dizer que a prefeita é 'amiga do povo'. A manifestação começou por volta das 15h e foi acompanhada por viaturas da Polícia Militar, Guarda Municipal e agentes de trânsito. A Câmara Municipal recebeu faixas zebradas, assim como a Prefeitura, que estava com a porta principal fechada por guardas do Controle de Distúrbios Civis. De acordo com a PM, os moradores retornaram à ocupação por volta das 18h, sem qualquer registro de ocorrência. O advogado da associação dos moradores, Alexandre Mandl, ressaltou que é necessário estender o prazo em seis meses para que se conclua o trabalho do grupo técnico criado a partir de ofícios do juiz para viabilizar um conjunto habitacional para as famílias através da modalidade Entidades do Programa Minha Casa Minha Vida. Por meio do grupo, composto por representantes da Prefeitura, União e Estado, já foram definidas três áreas para a construção de moradias a cerca de 2,5 mil famílias que vivem na Vila Soma. "Os estudos foram levados ao conhecimento do juiz com cópia das plantas" , reforçou Mandl. O juiz Gilberto Vasconcelos Pereira Neto, da 1ª Vara Cível de Sumaré, determinou no último dia 13 que a desocupação fosse imediata e forçada, após pedido expresso do Ministério Público. No despacho, o juiz ressaltou que foi assinado acordo de desocupação voluntária que deveria ter sido cumprido independente de da existência de unidades habitacionais à disposição dos invasores. Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo não se manifestou sobre o caso. A Seção de Comunicação Social do 48º Batalhão de Polícia Militar do Interior informou que recebeu requisição judicial para apoio a Oficial de Justiça em Reintegração de Posse da Vila Soma e que está fazendo o planejamento da operação, que ainda não tem data para acontecer. Em nota, a Prefeitura apenas afirmou que a invasão em questão é de áreas particulares e a decisão pela reintegração de posse solicitada pelos proprietários é de um juiz local, ressaltando que não é "dona" da área nem autora da ação.