CAMPINAS

Moradores cobram solução para Centro de Convivência

Vizinhos da área pedem ação do poder público para acabar com consumo de drogas e álcool no local

Da redação
02/04/2013 às 05:07.
Atualizado em 25/04/2022 às 22:14
Ana Maria Sorrosal já se cansou de esperar pela solução dos problemas (Janaína Maciel/Especial para RAC)

Ana Maria Sorrosal já se cansou de esperar pela solução dos problemas (Janaína Maciel/Especial para RAC)

Moradores da região do Centro de Convivência Cultural (CCC) de Campinas reforçaram as reclamações sobre o aumento desenfreado do consumo de drogas e álcool no local e pedem uma solução. Segundo os frequentadores, as práticas são cada vez mais comuns e não têm mais hora, o que causa muita insegurança.

A agente de turismo aposentada Ana Maria Sorrosal, de 64 anos, que mora na região há mais de 30 anos, disse que está cansada de denunciar e acionar as autoridades. “Eu já fiz de tudo, mas ninguém resolve o problema. Estou cansada de acionar as autoridades, cada vez eles inventam uma desculpa. O que eu noto é prevaricação do poder público no que diz respeito ao CCC.”

Ana Maria é frequentadora assídua do parque e inclusive ajuda a cuidar de um jardim plantado por moradores no local. “É preciso que seja feita alguma coisa. Há 12 anos que este lugar está cada vez pior. O que o poder público tem feito é inócuo. Nós vemos até crianças de 11, 12 anos usando drogas à luz do dia”, disse.

“A gente vê de tudo aqui, inclusive à luz do dia também. Está uma calamidade, eles nem esperam anoitecer para vender e consumir drogas descaradamente”, disse a aposentada L.O., de 63 anos. Ela e a filha S.O., de 36 anos, fazem caminhada diariamente na praça e moram em um prédio bem na frente do Centro de Convivência. “Da minha sacada, eu já vi brigas, gritarias, uso e venda de drogas e sexo explícito. É um absurdo. E a gente, que mora aqui há mais de 20 anos, se sente inseguro e às vezes acaba desistindo de desfrutar de um momento de lazer”, disse a filha.

A aposentada Dilma Pierrot, de 75 anos, disse que o que mais a incomoda é a sujeira deixada no espaço após o consumo de drogas e bebidas. “De manhã, a praça fica imunda, cheia de restos de cigarros de maconha e garrafas.” Ela passeia com seu cachorro pelo local duas vezes ao dia. A babá G. S., de 24 anos, precisou readequar o horário dos passeios de L, de 8 anos, para evitar cenas desagradáveis. Ela também reclamou da insegurança no CCC. “Eu venho aqui há dois anos e a cada dia a situação piora, mas não dá pra ficar o dia todo trancada com uma criança cheia de energia em um apartamento.”

Segundo o dentista R. P., de 68 anos, que leva a cachorrinha de estimação diariamente ao CCC, a retirada das grades da praça piorou ainda mais a situação no local. “Faz alguns anos que tiraram as grades e conforme o tempo foi passando a situação foi piorando. É uma sensação de abandono total”, afirmou.

Para o casal Aparecida e Antenor Orlandi, que moram na região, falta fiscalização. “Os jovens fazem o que querem aqui, a qualquer hora e ninguém faz nada. Infelizmente, o Centro de Convivência está totalmente jogado às traças.”

O cuidador de um idoso, que preferiu não ser identificado, mas também frequenta a praça ao menos duas vezes por semana, disse que está cada vez mais desagradável e perigoso ficar no local. “Eu só o trago aqui para arejar um pouco, mas também diminuí as saídas para evitar problemas.”

A Vara da Infância e Juventude de Campinas informou que tem realizado ações para orientar e coibir os atos por menores, mas ressaltou que o recolhimento do adolescente só é feito quando há situação de risco. “Antes de recolher, é preciso orientar, tanto o menor quanto os pais, que na maioria das vezes são acionados para o próprio local do flagrante”, disse o agente Carlos Longhini. O órgão também informou que já tem um plano para intensificar as fiscalizações na área.

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